quarta-feira, 24 abril 2024

Delegada negra é barrada por segurança em loja e diz que foi racismo

Estabelecimento diz que ela estava sem máscara; polícia vai analisar imagens do circuito de segurança  

Ana Paula Barroso teria sido barrada por funcionário sob alegação de “questões de segurança” – Divulgação/Polícia Civil do Ceará

Uma delegada negra alega ter sido vítima de racismo ao ser barrada na entrada da loja de roupas Zara do Shopping Iguatemi, no bairro Édson Queiroz, em Fortaleza. No domingo (19), a Polícia Civil esteve no estabelecimento para recuperar as imagens de vídeo do circuito interno de segurança do local. Representantes do estabelecimento alegam que ação se deu por a mulher estar sem máscara e cumprir os protocolos contra a covid-19.

O episódio ocorreu na última terça-feira (14) com a diretora adjunta do Departamento de Proteção aos Grupos Vulneráveis da Polícia Civil do Ceará, a delegada Ana Paula Barroso. Segundo ela, o segurança a teria impedido de entrar na loja por “questões de segurança”. Ela chegou a questionar as razões do funcionário, mas teria recebido várias negativas e não teve acesso ao estabelecimento.

Segundo a delegada Anna Nery, da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Fortaleza, após denúncia formalizada, houve três tentativas de solicitação de imagens das câmeras de segurança junto à loja, todas negadas, enquanto o centro de compras cedeu os registros das áreas comuns no primeiro pedido. Por isso, houve solicitação e a Justiça concedeu mandado de busca e apreensão.

“Ainda serão ouvidas algumas testemunhas, dentre elas, dois seguranças e uma testemunha que estava dentro da loja e presenciou todo o constrangimento passado pela vítima. Após todas essas oitivas, ao final, será ouvido o suspeito do fato”, afirmou Anna Nery.

A assessoria de comunicação da Zara afirma que a delegada foi abordada porque estava consumindo um sorvete na loja e não estava usando máscara. O funcionário foi pedir para que ela colocasse a máscara por causa dos protocolos de segurança e ela se sentiu ofendida, logo depois, saiu da loja.

Em nota, o Shopping Iguatemi Fortaleza disse ter colaborado com a investigação e cedido de pronto as imagens de áreas comuns do centro de compras. “O Iguatemi Fortaleza não compactua com quaisquer formas de discriminação ou demonstrações de preconceito racial” e completa dizendo que “cumpre com todas as determinações dos decretos estaduais em relação a medidas sanitárias referentes à Covid-19”.

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