sexta-feira, 19 abril 2024

Doria descumpre promessa a policiais e anuncia general

O governador eleito João Doria (PSDB) anunciou ontem o general da reserva João Camilo Pires de Campos para comandar a Secretaria da Segurança Pública do estado de São Paulo.

Campos foi um dos responsáveis pela área de segurança do programa de governo de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência da República e passou para a reserva após 48 anos de serviços no Exército.

Ao anunciar o general, o tucano descumpre promessa de campanha de colocar um policial à frente da pasta.
Marcos Penido, que deixou a pasta de Subprefeituras de São Paulo, assume a ‘supersecretaria’ Energia, Saneamento, Recursos Hídricos e Meio Ambiente.

Julio Serson, ex-secretário das Relações Internacionais, assumirá uma secretaria especial na mesma área no estado e também será presidente da companhia Investe SP.

Wilson Pedroso, braço-direito de Doria e ex-chefe de gabinete na prefeitura, será chefe de gabinete de Doria no governo. Ele foi bastante aplaudido por militantes tucanos que estavam no evento.

Doria já havia anunciado outros nomes. Na segunda-feira, por exemplo, anunciou que o desembargador Paulo Dimas Mascaretti, ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, será o secretário de Justiça de sua administração.

Anunciou ainda a deputada estadual Celia Leão (PSDB) como secretária da Pessoa com Deficiência. Ela é a primeira tucana anunciada por Doria como membro de seu secretariado. O distanciamento de Doria em relação ao partido vinha sendo criticado por membros do PSDB.

Antes, Doria já havia anunciado três atuais ministros do governo Michel Temer (MDB) para o seu secretariado: Gilberto Kassab (Casa Civil), Rossieli Soares (Educação) e Sérgio Sá Leitão (Cultura). Na campanha eleitoral, Doria usou a gestão Temer para atacar adversários. Em debates e programas de rádio e TV, buscou desgastar seu adversário na corrida estadual, Paulo Skaf (MDB), ao associá-lo ao presidente da República.

Kassab, ex-prefeito da capital paulista e atual ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, tornou-se réu em setembro deste ano devido a ação do Ministério Público de São Paulo que o acusa de ter recebido via caixa dois o valor de R$ 21 milhões durante campanha para prefeito em 2008. Doria e Kassab disseram que as acusações não influenciarão.

A Secretaria de Governo será extinta e suas funções serão executadas pelo vice Rodrigo Garcia (DEM).

EXTINÇÃO DE ESTATAIS E FUSÃO DE PASTAS
O futuro governo João Doria (PSDB) prepara um amplo pacote de enxugamento da máquina estadual, com extinção de estatais e fusão de secretarias. O desenho de redução das atuais 25 secretarias e 20 empresas ligadas ao Governo de São Paulo deve ser apresentado antes mesmo de Doria assumir, em 1º de janeiro.

O objetivo é cortar gastos em áreas como funcionários comissionados e aluguel, para liberar verba para investimentos. A ambição da gestão é avançar além do corte de carros e de cargos de secretários, medida comum em início de mandato e com efeito mais simbólico, criando um novo desenho institucional.

No caso das empresas, o futuro governo reconhece que pode comprar briga com o funcionalismo público, mas avalia que a economia valerá a pena ao final do mandato. As estatais paulistas têm 41 mil funcionários na ativa, com uma folha de pagamento mensal da ordem de R$ 319 milhões, sem contar aposentadorias e pensões.

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