Governador de São Paulo diz que Ministério da Saúde reduziu em 50% o envio de doses da Pfizer
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse nesta quinta-feira (5) que o Ministério da Saúde tomou uma ‘medida arbitrária’ e que ‘reagirá na forma da lei’, acionando a Justiça para receber mais vacinas da Pfizer.
Ontem, o governo paulista acusou o Ministério da Saúde de enviar apenas 50% do lote do imunizante que estava programado para o estado, o que equivale a 228 mil doses. A pasta rebateu, dizendo que compensou o excesso de doses.
“Nós vamos reagir na forma da lei para evitar que brasileiros de São Paulo, paulistas e aqueles que vivem no estado sejam prejudicados por uma medida arbitrária sem nenhum fundamento do Ministério da Saúde”, disse Doria na manhã de hoje, durante o recebimento de insumos para a produção de CoronaVac no aeroporto de Guarulhos.
As medidas judiciais tomadas serão explicadas em entrevista na tarde de hoje no Palácio dos Bandeirantes com a procuradora-geral do Estado, Lia Porto, e o secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn.
Veja a reação de João Dória:
O Ministério da Saúde não pode boicotar SP. Nosso estado não virou as costas para o Brasil. Já entregamos 65 milhões de doses da vacina do Butantan para salvar milhões de brasileiros. pic.twitter.com/oMnTRBg0g9
— João Doria (@jdoriajr) August 4, 2021
Justificativa do Ministério da Saúde
Em entrevista nesta quarta-feira (4) representantes do Ministério da Saúde disseram que, como o Instituto Butantan, que produz a CoronaVac, fica em São Paulo, o governo do estado pode retirar diretamente as doses de vacinas. Eles informaram, porém, que em duas ocasiões anteriores, São Paulo retirou, somadas, 151 mil doses a mais do que o previsto.
De acordo com eles, essa diferença pode ter acontecido por uma falha de comunicação e é por isso que desta vez está havendo uma compensação na entrega de doses ao estado.
Em nota, o governo paulista rebateu as alegações e afirmou que é “mentirosa” a afirmação de que o estado ficou com mais doses de CoronaVac.
Doria disse que a redução alegada no envio de vacinas Pfizer pode comprometer a programação do estado de imunização. “Coibir, limitar e reter vacinas é contribuir para o aumento do pesadelo que esta pandemia vem vitimando milhões de brasileiros e privar a oportunidade de imunização daqueles que já tomaram a 1ª dose da Pfizer de tomar a 2ª dose desta vacina”, disse.