Ele foi levado ao Hospital Central do Exército e está em observação, com quadro estável de saúde, informou o Exército
O ex-ministro da Saúde e general do Exército Eduardo Pazuello, 58, sofreu um acidente de moto na noite desta sexta-feira (24), véspera de Natal, no Rio de Janeiro.
Ele foi levado ao Hospital Central do Exército e está em observação, com quadro estável de saúde, informou o Exército.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, o acidente aconteceu na avenida Paulo de Frontin, na altura da praça da Bandeira, próximo ao acesso ao elevado, na zona norte da capital fluminense.
Equipes do Quartel Central dos Bombeiros foram responsáveis pelo atendimento, às 23h37.
Ainda conforme o Exército, foram constatadas fratura na clavícula direita e em arco costal do general. “No momento, encontra-se em observação com quadro estável de saúde, não correndo risco de morte.”
Pazuello deixou o cargo de ministro da Saúde em março deste ano, em meio a um grave momento enfrentado pelo país durante a pandemia da Covid. Ele foi substituído, então, pelo atual chefe da pasta, o médico Marcelo Queiroga. A gestão do general à frente da pasta ficou marcada pela crise e falta de oxigênio para pacientes internados com Covid e pelo atraso na compra de vacinas.
Em abril, o general foi realocado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para um cargo na Secretaria-Geral do Exército. Naquela posição, Pazuello era responsável, entre outras coisas, por preparar as reuniões do Alto Comando do Exército, conduzir o processo de concessão de medalhas e assessorar o comandante do Exército. Em outubro, ele foi nomeado para o cargo de assessor especial na Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Em maio, Pazuello participou de um ato político ao lado do presidente Jair Bolsonaro no Rio, algo vetado para militares da ativa, e fez um discurso em que exaltou o presidente.
Foi aberto um processo para investigar transgressão disciplinar por parte do ex-ministro da Saúde. No mês seguinte, porém, o comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, aceitou a pressão de Bolsonaro e decidiu livrar Pazuello de qualquer punição.
Oliveira acatou o argumento de Bolsonaro, Pazuello e de generais da reserva que integram o governo. Para eles, o ato político no Rio não teve conotação partidária.
Ao arquivar o procedimento, Oliveira ignorou ter existido a transgressão número 57, prevista no regulamento disciplinar do Exército: “Manifestar-se, publicamente, o militar da ativa, sem que esteja autorizado, a respeito de assuntos de natureza político-partidária.”
O comandante ignorou ainda o propósito do regulamento previsto no próprio decreto que o instituiu: preservar a disciplina militar. Segundo o regramento, existe disciplina quando há “acatamento integral das leis, regulamentos, normas e disposições”.
A posição do comandante é contrária à defesa feita por integrantes do Alto Comando do Exército, que pediram punição, de forma célere, a Pazuello. Após o ato político no Rio, ocorrido em 23 de maio, o vice-presidente Antonio Hamilton Mourão declarou que uma eventual punição de Pazuello teria por objetivo “evitar que a anarquia se instaure dentro das Forças Armadas”