segunda-feira, 20 maio 2024

Em depoimento à PF, esposa de Mauro Cid o responsabiliza por falsificação de cartão vacinal

O Depoimento aconteceu nesta sexta-feira (19). Gabriela Santiago Ribeiro Cid admite ter usado cartão falso sem questionar o marido

Isabela Braz

REUTERS/Adriano Machado

Gabriela Cid, esposa do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro e tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, assumiu em depoimento nesta tarde à Polícia Federal (PF), que documentos de vacinação contra a Covid-19 encontrados pelos agentes eram falsos, e responsabilizou seu marido na inserção dos dados no sistema do Ministério da Saúde.

O depoimento foi dado na sede da PF em Brasília e durou quase três horas. Gabriela, que também foi alvo de busca e apreensão, assumiu que não questionou o marido por saber que ele não contaria como obteve os documentos.

Gabriela teria assumido a fraude do marido como forma de estratégia de sua defesa, para que respondesse apenas pelo uso do documento.

O inquérito que apura suposto esquema de fraudes nos dados vacinais já prendeu dois suspeitos: Mauro Cid e o capitão reformado André Barros – amigo dos tempos da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em quem Mauro Cid logo pensou para ajudar a conseguir a falsificação dos dados.

Gabriela disse não saber do envolvimento de Barros no caso e também não teria conhecimento de outros comprovantes falsificados a não ser o de seu núcleo familiar – seu e de suas filhas.

Por meio de mensagens analisadas nos celulares apreendidos pelos agentes federais, Gabriela, Mauro e suas filhas mantinham atividades comuns em Brasília na data em que supostamente teriam sido vacinados, causando uma estranheza, pois a vacinação teria acontecido na cidade de Duque de Caxias no Rio de Janeiro.

Na última quinta-feira (18), o tenente saiu de sua cela para depor e se manteve em silêncio durante todo o interrogatório. Já no depoimento de Jair Bolsonaro (PL), na terça-feira (16), o ex-presidente afirma que acredita que Mauro Cid não teria envolvimento em esquema de falsificação e manteve seu discurso de que ele e sua filha Laura não se vacinaram.

O inquérito segue em aberto e os suspeitos continuam sendo investigados. Não houve mais prisões até o momento.

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