domingo, 24 novembro 2024

Em meio à reabertura, EUA atingem marca de 600 mil mortes por Covid-19

Apesar do marco atingido nesta terça, a cifra de mortes vem caindo. O índice de 400 mil óbitos foi batido em janeiro, quando a média de mortes diárias superava 3.000, e os americanos viviam o pior momento da crise 

O presidente Joe Biden lamentou a “triste marca” atingida nesta terça e pediu aos americanos que se vacinem e não baixem a guarda ( Foto: Divulgação: Casa Branca)

No dia em que Nova York e Califórnia retiraram restrições contra o coronavírus, os Estados Unidos atingiram a marca de 600 mil mortes por Covid-19, segundo a Universidade Johns Hopkins.

País com mais óbitos causados pela doença no mundo, os EUA veem, em segundo lugar nesse ranking, o Brasil, com 488 mil mortes, e, na sequência, a Índia, com 377 mil. Os americanos também lideram no número de casos de Covid, com 33,4 milhões, em uma população de 332 milhões de habitantes.

Apesar do marco atingido nesta terça, a cifra de mortes vem caindo. O índice de 400 mil óbitos foi batido em janeiro, quando a média de mortes diárias superava 3.000, e os americanos viviam o pior momento da crise. Um mês depois, em fevereiro, os EUA chegaram a 500 mil mortes, mas agora foram necessários quatro meses para atingir 600 mil vítimas. Atualmente, são registradas em torno de 400 mortes diárias.

A queda é atribuída à vacinação em massa. Os EUA começaram a imunizar a população em dezembro de 2020, em uma campanha que viu a distribuição de doses ser acelerada nos meses seguintes. Lá, as vacinas já estão disponíveis a todas as pessoas com mais de 12 anos de idade.

Assim, o país já tem 144,9 milhões de pessoas plenamente vacinadas (43,7% dos americanos), e 174,6 milhões (52,6%) já receberam ao menos uma dose. Ainda que uma parcela considerável da população não tenha se vacinado, o ritmo de aplicações vem caindo. Em abril, os EUA chegaram a vacinar 4 milhões de pessoas em um só dia, mas, em junho, esse número tem ficado pouco acima de 1 milhão.

As taxas de vacinação estão elevadas em alguns estados das costas Leste e Oeste, como Nova York e Califórnia, mas seguem baixas no Sul e no Meio-Oeste, especialmente em áreas mais pobres e rurais do país. Assim, há o temor de que a falta de interesse de parte dos americanos em se imunizar gere novas altas de casos e mortes. Levantamento do jornal The Washington Post, no fim de maio, apontou que a taxa de casos de Covid entre não vacinados no estado de Washington estava no mesmo nível de janeiro.

Outra preocupação é a circulação de novas variantes, como a delta, identificada inicialmente na Índia. “Sua transmissibilidade é maior, e ela pode estar associada a casos mais graves”, alertou Anthony Fauci, chefe do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, na semana passada, em entrevista coletiva.

O presidente Joe Biden lamentou a “triste marca” atingida nesta terça e pediu aos americanos que se vacinem e não baixem a guarda. Na segunda-feira, em Bruxelas, onde participou de uma cúpula da Otan, a aliança militar ocidental, ele lembrou que “ainda estamos perdendo muitas vidas”.

Com a queda nos casos e mortes, a partir de março, diversos estados americanos começaram a reabrir atividades e a autorizar a realização de eventos que geram aglomeração. Em maio, a Casa Branca também determinou que os vacinados podem dispensar o uso de máscaras em diversas situações.

Nesta terça (15), Nova York retirou todas as restrições que ainda estavam em vigor. Lá, 70% dos adultos já tomaram ao menos a primeira dose da vacina. O governador do estado, o democrata Andrew Cuomo, fez um evento no World Trade Center para celebrar a liberação e anunciou que queimas de fogos em várias partes do estado serão feitas na noite desta terça para comemorar a medida.

Na Califórnia, também foram retiradas restrições à capacidade de atendimento do comércio, o uso de máscaras passou a ser obrigatório em poucas situações e eventos com mais de 5.000 pessoas serão liberados, desde que os participantes apresentem testes negativos ou prova de que foram vacinados.

A Covid-19 chegou aos EUA no começo de 2020, quando o país era liderado por Donald Trump. O republicano minimizou a doença em diversas oportunidades, questionou recomendações científicas e deixou que a imposição de medidas de combate ao coronavírus ficasse a cargo dos estados.

Inicialmente, a pandemia atingiu com força a cidade de Nova York em março e abril de 2020 e depois se espalhou por várias partes do país. Desde o começo da crise, os estados com mais mortes foram Califórnia (62,5 mil), Nova York (53,2 mil) e Texas (50,8 mil), que estão entre os mais populosos do país.

A situação se estabilizou no meio do ano passado, com a chegada do verão no hemisfério norte, mas piorou no segundo semestre de 2020, com a vinda do frio. Em busca da reeleição, Trump fez eventos de campanha que geraram aglomerações, enquanto Biden, que venceu o pleito de novembro, defendia o distanciamento social e outras medidas indicadas por cientistas.

Apesar da postura negacionista, Trump direcionou recursos para o avanço do desenvolvimento de vacinas, o que ajudou os EUA a terem um grande estoque de imunizantes. Ao assumir a Casa Branca, Biden, por sua vez, acelerou a campanha de vacinação, determinou regras para o uso de máscaras e prestou homenagens às vítimas da pandemia em várias ocasiões. 

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