domingo, 20 abril 2025
Doença crônica

Enxaqueca afeta qualidade de vida e é a segunda maior causa de incapacidade no mundo, alerta OMS

Especialista fala sobre sintomas, gatilhos e os tratamentos mais modernos disponíveis no Brasil
Por
Andressa Oliveira

Mais do que uma simples dor de cabeça, a enxaqueca é uma doença neurológica crônica que compromete a qualidade de vida e a rotina de milhões de pessoas. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), é a segunda maior causa de incapacidade no mundo, ficando atrás apenas da lombalgia.

Caracterizada por dores de cabeça latejantes, geralmente em um dos lados da cabeça, a enxaqueca pode vir acompanhada de náuseas, sensibilidade à luz e ao som, além de possíveis alterações visuais.

Foto: Reprodução/Pixabay

De acordo com o neurologista Dr. Shigueo Yonekura, o quadro pode variar de moderado a intenso, impactando significativamente a vida do paciente.

“A dor geralmente é unilateral, mas pode ser bilateral. O que chama a atenção é a intensidade e o impacto funcional que ela causa”, explica o especialista.

A doença pode se manifestar de duas formas: aguda ou crônica. A aguda envolve episódios esporádicos, enquanto a crônica se caracteriza por crises frequentes.

“Essa diferenciação é fundamental. A enxaqueca crônica exige um tipo de abordagem diferente. Quando a pessoa tem mais de duas crises por mês, é necessário iniciar um tratamento preventivo”, destaca o médico.

Tratamentos vão além dos analgésicos

Além dos analgésicos e anti-inflamatórios usados em quadros leves, a medicina já oferece opções mais avançadas para a prevenção. Entre elas estão os betabloqueadores e uma vacina específica para enxaqueca, aplicada mensalmente, que tem mostrado bons resultados.

Outra alternativa moderna é a estimulação magnética transcraniana, que utiliza ondas eletromagnéticas para ajustar a frequência do cérebro e reduzir as crises.

“É uma ótima opção para quem não gosta de agulha. O paciente realiza sessões na clínica, e o aparelho atua diretamente no sistema nervoso central”, afirma Dr. Shigueo.

Foto: Reprodução/ITNS

Gatilhos e hábitos que influenciam nas crises

Fatores como estresse, alterações hormonais, distúrbios de humor, privação de sono e má alimentação podem desencadear ou agravar as crises. Alimentos como chocolate, café e até frutas como melancia podem atuar como gatilhos em pessoas mais sensíveis.

O consumo de álcool e cafeína também pode contribuir, pois têm efeito diurético e favorecem a desidratação.
Além disso, o sedentarismo e a falta de rotina de sono aumentam a incidência das dores. Pessoas que dormem mal estão mais propensas a acordar com dor de cabeça.

Prevenção e qualidade de vida

Embora não tenha cura, a enxaqueca pode ser controlada com tratamento adequado e mudanças no estilo de vida. A prática regular de atividades físicas, o controle do estresse, uma alimentação equilibrada e o acompanhamento médico são essenciais para reduzir a frequência e intensidade das crises.

“Cada paciente responde de forma diferente. O mais importante é buscar ajuda especializada para entender o tipo de enxaqueca e adotar o tratamento mais eficaz”, conclui Dr. Shigueo.

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