Mais do que uma simples dor de cabeça, a enxaqueca é uma doença neurológica crônica que compromete a qualidade de vida e a rotina de milhões de pessoas. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), é a segunda maior causa de incapacidade no mundo, ficando atrás apenas da lombalgia.
Caracterizada por dores de cabeça latejantes, geralmente em um dos lados da cabeça, a enxaqueca pode vir acompanhada de náuseas, sensibilidade à luz e ao som, além de possíveis alterações visuais.

De acordo com o neurologista Dr. Shigueo Yonekura, o quadro pode variar de moderado a intenso, impactando significativamente a vida do paciente.
“A dor geralmente é unilateral, mas pode ser bilateral. O que chama a atenção é a intensidade e o impacto funcional que ela causa”, explica o especialista.
A doença pode se manifestar de duas formas: aguda ou crônica. A aguda envolve episódios esporádicos, enquanto a crônica se caracteriza por crises frequentes.
“Essa diferenciação é fundamental. A enxaqueca crônica exige um tipo de abordagem diferente. Quando a pessoa tem mais de duas crises por mês, é necessário iniciar um tratamento preventivo”, destaca o médico.
Tratamentos vão além dos analgésicos
Além dos analgésicos e anti-inflamatórios usados em quadros leves, a medicina já oferece opções mais avançadas para a prevenção. Entre elas estão os betabloqueadores e uma vacina específica para enxaqueca, aplicada mensalmente, que tem mostrado bons resultados.
Outra alternativa moderna é a estimulação magnética transcraniana, que utiliza ondas eletromagnéticas para ajustar a frequência do cérebro e reduzir as crises.
“É uma ótima opção para quem não gosta de agulha. O paciente realiza sessões na clínica, e o aparelho atua diretamente no sistema nervoso central”, afirma Dr. Shigueo.

Gatilhos e hábitos que influenciam nas crises
Fatores como estresse, alterações hormonais, distúrbios de humor, privação de sono e má alimentação podem desencadear ou agravar as crises. Alimentos como chocolate, café e até frutas como melancia podem atuar como gatilhos em pessoas mais sensíveis.
O consumo de álcool e cafeína também pode contribuir, pois têm efeito diurético e favorecem a desidratação.
Além disso, o sedentarismo e a falta de rotina de sono aumentam a incidência das dores. Pessoas que dormem mal estão mais propensas a acordar com dor de cabeça.
Prevenção e qualidade de vida
Embora não tenha cura, a enxaqueca pode ser controlada com tratamento adequado e mudanças no estilo de vida. A prática regular de atividades físicas, o controle do estresse, uma alimentação equilibrada e o acompanhamento médico são essenciais para reduzir a frequência e intensidade das crises.
“Cada paciente responde de forma diferente. O mais importante é buscar ajuda especializada para entender o tipo de enxaqueca e adotar o tratamento mais eficaz”, conclui Dr. Shigueo.