O governo do estado de São Paulo confirmou em entrevista coletiva ontem que um novo lote de vacinas contra a Covid-19 fabricadas pelo Instituto Butantan só será entregue aos municípios a partir de terça-feira da semana que vem. Com estoque baixo, duas cidades da região já interromperam a aplicação da primeira dose em idosos e profissionais da saúde: Sumaré e Nova Odessa.
Não há previsão de quantas doses chegarão a esses municípios e outros da região, como Americana, Hortolândia e Santa Bárbara d’Oeste, que ainda seguem vacinando.
Na coletiva de ontem, o governador João Doria (PSDB) disse que, a partir de terça, o Instituto Butantan começa a liberar 426 mil doses da CoronaVac ao Ministério da Saúde por dia, ao longo de oito dias, totalizando 3,4 milhões de unidades. Desse total, uma fatia fica com o estado para distribuição aos municípios. O TODODIA questionou a Secretaria de Estado da Saúde sobre a quantidade que seria destinada à região de Campinas, mas não houve retorno.
Doria criticou a atuação do governo federal em relação à disponibilização de vacinas. “O ministério precisa viabilizar mais vacinas. Teremos 46 milhões de doses até abril, fabricadas pelo Butantan, mas o Brasil precisa de mais vacinas. É inaceitável que tenhamos capitais e cidades sem vacinas e cidades parando a vacinação. O Brasil errou e errou feio por não ter feito uma opção por várias vacinas. Se não fosse nosso governo e o Butantan, até hoje não teríamos começado a vacinação no Brasil, começaria só em abril. Precisamos de menos burocracia e mais vacinas. É um apelo de todos os governadores do Brasil”, disse Doria.
Questionado, o Ministério da Saúde disse, em nota, que “o Brasil tem 354 milhões de doses de vacinas garantidas para 2021, por meio dos acordos com a Fiocruz (212,4 milhões de doses), Butantan (100 milhões de doses) e Covax Facility (42,5 milhões de doses)” e que “à medida em que as doses forem disponibilizadas pelos laboratórios produtores e tenham a aprovação pela Anvisa, a pasta fará a distribuição aos estados e ao Distrito Federal”.
REGIÃO
Sumaré parou a aplicação da primeira dose da vacina na última sexta-feira nos pontos de vacinação. O município tem poucas unidades, reservadas agora aos idosos acamados, cujas famílias devem solicitar a vacinação. Além disso, o município segue vacinando os profissionais da linha de frente, que receberam a primeira aplicação em janeiro, com a dose de reforço.
O mesmo passará a ser feito em Nova Odessa a partir de hoje. A cidade chegou à marca de 1.262 pessoas vacinadas com a primeira dose e agora irá aplicar somente o reforço em profissionais da linha de frente, até que novas doses cheguem. Até ontem, 57 funcionários da UR (Unidade Respiratória) haviam recebido a segunda aplicação.
De acordo com a coordenadora da Vigilância Epidemiológica da cidade, Paula Mestriner, com a aplicação da segunda dose, o organismo começa a produzir, somente depois de 15 dias, os anticorpos contra a Covid-19, que são a proteção vacinal apontada pelos estudos.
“Independentemente de estar ou não imunizado contra o novo coronavírus, a verdade é que não será possível abandonar as máscaras tão cedo, já que depois de receber as suas doses a pessoa tem menos chances de ficar doente com a Covid-19, mas ela ainda pode ser uma transmissora da doença”, disse.
Americana informou na terça-feira que resta va “um pequeno quantitativo de doses para finalizar a primeira dose dos profissionais de saúde que ainda não foram vacinados, portanto, a interrupção da vacinação somente irá ocorrer quando estiverem terminadas estas doses”, e informou que as 3 mil dos para reforço estavam garantidas.
Hoje, haverá um esquema especial de vacinação para profissionais, trabalhadores e estagiários que atuam em estabelecimentos de saúde humana no município. A vacina será disponibilizada na UBS Vila Gallo, das 8h às 15h30.
Os indivíduos pertencentes a essas categorias deverão apresentar, obrigatoriamente, um comprovante de vínculo empregatício, como carteira de trabalho, holerite ou contrato de trabalho.
Para profissionais autônomos, que prestam serviços em domicílio, por exemplo, será exigida uma declaração do paciente ou de seu familiar. Já os estagiários deverão apresentar declaração da instituição de ensino, atestando a atuação em campo de estágio na cidade.
