sexta-feira, 22 novembro 2024

Falta de Coronavac deixa até governadora do RN sem 2ª dose

O atraso na distribuição de vacinas Coronavac pelo governo federal fez com que cerca de 82 mil pessoas ficassem sem a 2º dose do imunizante dentro do prazo no Rio Grande do Norte, incluindo até mesmo a governadora Fátima Bezerra (PT).

Nesta terça (4), fez 29 dias que a governadora, que tem 65 anos, tomou a primeira dose da vacina contra a Covid-19. Ela recebeu a primeira dose em 5 de abril em uma unidade básica de saúde em Natal -portanto, deveria ter tomado a segunda até esta segunda-feira (3).

A indicação do Butantan é que segunda dose da Coronavac seja tomada em um prazo entre 21 e 28 dias depois da primeira. O Ministério da Saúde recomenda que ela seja tomada mesmo fora do prazo prescrito em bula.

Em Natal, cerca de 45 mil pessoas estão com a segunda dose atrasada, segundo a Secretaria Estadual de Saúde. Em alguns casos, o atraso chega a 36 dias.

A segunda dose está em falta na capital do estado desde o dia 12 de abril, quando teve que suspender a aplicação do reforço da imunização.

Desde então, a prefeitura a prefeitura tem recebido lotes de vacina em quantidade insuficiente para atender o cronograma, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.

A prefeitura vai retomar nesta quarta-feira (6) a aplicação dos reforços, mas apenas para as pessoas que tomaram a primeira dose até o dia 28 de março. Esse grupo contempla 1.149 pessoas, sendo 45% com idades entre 70 a 74 anos e 55% de profissionais de saúde com a segunda dose em atraso.

A prefeitura pediu que quem tomou a vacina a partir de 29 de março e está com a segunda dose atrasada não compareça aos locais de vacinação para evitar aglomerações desnecessárias.

Na última semana, a governadora cobrou ao Ministério da Saúde celeridade no envio de novas doses para o Rio Grande do Norte e solicitou formalmente ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, um lote extra de vacina para atender as pessoas que estão com a segunda dose atrasada.

Ela criticou o prefeito de Natal, Álvaro Dias (PSDB), por não ter seguido a orientação inicial do Plano Nacional de Imunização e ter aplicado em outros grupos vacinas que deveriam ser destinadas às segundas doses. A prefeitura, por sua vez, diz que seguiu as orientações do governo federal.

No início da vacinação, o Ministério da Saúde orientou que estados guardassem as vacinas destinadas à segunda dose. Em abril, contudo, o então ministro, general da ativa Eduardo Pazuello, orientou prefeitos e governadores que usassem todos estoque para garantir que não houvesse descontinuidade.

A orientação mudou após a falta de insumos para fabricação da Coronavac. Na ocasião, Queiroga orientou que o volume destinado à segunda dose fosse guardado por estados e municípios.

Na última semana, governo do estado e prefeitura de Natal firmaram um termo de ajustamento de conduta com os Ministérios Públicos Federal, Estadual e do Trabalho definindo que as doses da reserva técnica de Coronavac que forem encaminhadas pelo estado ao município terão que ser exclusivamente usadas na segunda imunização.

A orientação do Ministério da Saúde é que os estados mantenham uma reserva técnica de 5% das doses de vacinas. Contudo, diante da falta da Coronavac, o Rio Grande do Norte reduziu essa reserva para 1%.

Conforme levantamento feito pelo jornal Folha de S.Paulo neste domingo (2), mais da metade das capitais do país está com falta de Coronavac para aplicar em quem precisa da segunda dose.

Ao menos nove suspenderam a aplicação do imunizante produzido pelo Instituto Butantan: Aracaju, Belo Horizonte, Campo Grande, Fortaleza, Goiânia, Porto Alegre, Porto Velho, Recife e Rio de Janeiro.

Outras sete têm disponibilidade restrita do imunizante: Boa Vista, Curitiba, João Pessoa, Macapá, Maceió, Natal e Salvador.

Na última sexta-feira (30), o Instituto Butantan informou que entregou antecipadamente um lote de 600 mil doses ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde. A previsão era que as doses seriam distribuídas a partir desta s

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