Polícia indiciou homem por posse ilegal de arma de fogo, mas descartou homicídio
O proprietário rural chegou a ser preso em flagrante após atirar no policial, mas foi solto ao pagar fiança de R$ 2 mil. A arma utilizada era originalmente de pressão, mas foi alterada para uma espingarda calibre 22. Inicialmente, o crime chegou a ser apurado como homicídio.
O processo foi remetido ao Tribunal de Justiça de Goiás nesta quarta-feira (13).
Segundo o delegado, a conclusão se baseou em provas e depoimentos. Ele disse que o agente enfrentou traumas ao longo da vida, como as mortes do pai e do irmão mais velho, que contribuíram para o quadro de depressão. Há dois anos, ele teria passado por um episódio de surto psicótico, mas recebeu tratamento, teve alta e estava bem.
O laudo toxicológico no corpo do agente descartou a ingestão de álcool, mas acusou a presença de THC, princípio ativo da maconha. “Só que a gente não sabe precisar se a substância foi advinda de algum uso ilícito de droga ou de algum medicamento”, afirmou o delegado. A psicóloga que o acompanhava não revelou quais remédios Valença tomava.
No dia do disparo
Durante depoimento à polícia, o fazendeiro deu detalhes do que ocorreu durante a noite de março. Ele narrou que estava em casa com a esposa e a filha, quando ouviu gritos do lado de fora. Valença teria ordenado que eles saíssem do imóvel e os ameaçou de morte. O agente da PF ainda teria gritado xingamentos e dito que “naquela casa havia um demônio”. O policial teria desligado a energia da propriedade e arrombado a porta da casa.
Foi nesse momento que o fazendeiro alertou Valença de que estava armado, de acordo com o depoimento. Mesmo assim, o agente invadiu a casa, e o proprietário disparou um único tiro. A vítima, já atingida no peito, gritou que era policial. O fazendeiro acionou a Polícia Militar e pediu socorro de uma ambulândia. O policial federal foi socorrido, mas morreu no local.
A apuração policial concluiu que ele morreu por hemorragia, após ter o fígado perfurado.
As informações são do R7.