quinta-feira, 12 setembro 2024
RISCOS PARA A SAÚDE

Fiocruz alerta sobre liberação dos cigarros eletrônicos

A Fundação alerta sobre os danos respiratórios, cardiovasculares e potenciais efeitos neurotóxicos
Por
Felipe Gomes
Foto; Joédson Alves/ Agência Brasil

A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) enviou uma carta ao Senado Federal relatando a preocupação caso os DEF (Dispositivos Eletrônicos para Fumar), popularmente conhecidos como vapes, cigarros eletrônicos, sejam liberados no Brasil. Com previsão para ser votado nesta terça-feira (20) no Congresso Nacional, o PL (Projeto de Lei) 5008, que trata do tema, foi retirado da pauta do dia.

Escrito pelo Cetab (Centro de Estudos sobre Tabaco e Saúde) o documento diz que a instituição diz concordar com a Resolução RDC 855/2024 da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que proíbe a comercialização, fabricação, importação e publicidade dos cigarros eletrônicos.

A Fundação diz também estar de acordo com as diretrizes da OMS (Organização Mundial da Saúde), do Inca (Instituto Nacional de Câncer) e de entidades da sociedade civil como a AMB (Associação Médica Brasileira), que também apontam os riscos de uso dos DEF.

O alerta da OMS de 2023 destaca os efeitos adversos dos cigarros eletrônicos para a saúde pública. A organização ressalta os danos respiratórios, cardiovasculares e potenciais efeitos neurotóxicos, e a preocupação com o impacto a longo prazo desses dispositivos.

A Fiocruz também critica os fabricantes dos DEF, por adotar “estratégias de marketing que visam atrair o público jovem, contrariando suas alegações de que esses produtos são destinados exclusivamente a fumantes adultos. A publicidade em mídias sociais e o patrocínio de eventos evidenciam um direcionamento claro para atrair consumidores mais jovens, expondo essa faixa etária vulnerável a riscos significativos”.

E afirma na carta enviada ao Senado que, ao contrário do que dizem os fabricantes, “os DEF ampliam o risco de dependência à nicotina e expõem os consumidores a substâncias cancerígenas, como nitrosaminas, formaldeído acetaldeído, amônia, benzeno e metais pesados. Além do apelo tecnológico, esses dispositivos contêm solventes como glicerina e propilenoglicol, além de uma variedade de aromatizantes e saborizantes que atraem, especialmente, crianças e jovens, induzindo-os à experimentação precoce e à rápida dependência de nicotina”.

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