A Amazônia teve o segundo pior mês de setembro de queimadas da última década e o Pantanal teve o pior mês de sua história. Foram registrados 32.017 focos de calor na Amazônia, um aumento de cerca de 60% em relação ao mesmo mês do ano passado, mostram dados do programa Queimadas, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Já no Pantanal, o aumento foi de 180% em relação a setembro de 2019. Comparado ao recorde anterior do mês de setembro (2007), o número registrado em 2020 é 47% superior e, em comparação com o recorde geral anterior do bioma alagadiço o valor de 2020 é 35% maior.
O Pantanal enfrenta sua pior seca dos últimos 60 anos e a estiagem severa pode continuar por até cinco anos, segundo a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil.
As chamas nesse bioma já comprometeram projetos de conservação animal, como de araras-azuis e de onças. Mais de 2,8 milhões de hectares foram destruídos (cada hectare equivale aproximadamente às medidas de um campo de futebol oficial).
Enquanto isso, a Amazônia, apesar do elevado número de queimadas, tem um mês próximo à média histórica de fogo do bioma, puxada para cima por altíssimos valores de décadas passadas.
Apesar da situação crítica e dos dados públicos sobre o tema, o governo federal insiste em negar.
Na quarta (30), em vídeo destinado à Cúpula da Biodiversidade da ONU (Organizações das Nações Unidas), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que não pode aceitar que o que ele classifica como “informações falsas e irresponsáveis sirvam de pretexto para a imposição de regras internacionais injustas, que desconsiderem as importantes conquistas ambientais que alcançamos em benefício do Brasil e do mundo”.