quarta-feira, 13 agosto 2025

Gás tóxico deixa um morto, causa pânico e lota hospital

Vazamento de produto não identificado assusta população de Pontal (SP) 

SOCORRO | Quatro pessoas seguem internadas (Foto: Reprodução)

O vazamento de um gás tóxico ainda não identificado deixou uma pessoa morta e fez com que dezenas procurassem atendimento médico, com falta de ar, em Pontal (a 315 km de SP), na noite desta terça-feira (4). Segundo secretário-geral da prefeitura, Abnevaldo Neves Silva, quatro pessoas estão internadas, sendo duas em estado grave, que foram intubadas. Ao menos 70 pacientes precisaram de atendimento.

As autoridades ainda não sabem qual substância causou a intoxicação e onde exatamente o problema começou. A suspeita inicial era que tivesse ocorrido um vazamento em um local de fabricação irregular de produtos de limpeza, mas após vistorias em casas e empresas do setor essa hipótese foi descartada.

Agora, a polícia e a prefeitura buscam imagens de câmeras de segurança para apurar se algum veículo que transportava esse tipo de produto se acidentou na região. A origem do gás foi o bairro Campos Elíseos, mas a substância chegou também a Nova Pontal, Jardim Europa, Jardim Jequitibá 1, 2 e 3, Vila Adelaide e Vila Regina.

Os moradores relataram o surgimento de um vapor que entrou nas casas, com cheiro forte, e causou falta de ar, ardência na garganta, dor no peito e mal-estar, por volta das 19h. Houve pânico e correria e muitas pessoas saíram de casa vomitando

Alessandra Alves da Silva, 38, estava em casa quando começou a passar mal em razão do forte cheio e já chegou ao hospital sem vida. A cortadora de cana preparava o jantar para o sobrinho quando o gás tóxico começou. “Ela tinha acabado de chegar do trabalho, nem desfez a mochilinha dela. Eu estava em Barretos trabalhando”, contou o técnico de alta tensão Francisco Germano de Lima, 39, marido da vítima. A perícia passou a madrugada na casa deles e dos vizinhos procurando por vestígios de preparo de produtos de limpeza caseiros que pudessem ter ocasionado a reação, mas nada foi encontrado. Também foi feita vistoria nas redes de água e esgoto. O serralheiro Wagner Antonio Teixeira, 60, estava trabalhando na hora do nevoeiro e correu para salvar seus animais, mas acabou por perder dois de seus três cães, além de cerca de cem aves de granja que ele criava no fundo da empresa.

 “Sobraram só as galinhas que ficaram no alto, mas não estão bem, e o mato todo secou na hora. Eu mesmo não aguentei muito, fiquei uns oito ou dez minutos no máximo, era um cheiro insuportável, um ar pesado”, relatou Wagner. Com ajuda dos bombeiros, Wagner lavou o cão sobrevivente. “Eles foram me orientando, se não tinha morrido esse também”, afirmou.

Os moradores da cidade de 52 mil habitantes foram orientados a usar máscaras máscaras de proteção respiratória, deixar os imóveis abertos e buscar abrigo pelo menos até esta quarta (5). A Cesteb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) foi acionada para avaliar a situação e informa que estão sendo feitas inspeções nos imóveis e em empresas das imediações, em busca da fonte da poluição.

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