A produção da indústria ficou menos concentrada no Sudeste, com migração de parte da atividade para as demais regiões do país, especialmente Sul e Nordeste. Essa é a conclusão de estudo lançado nesta segunda-feira (17) pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).
A pesquisa compara dados dos biênios 2007-2008 e 2017-2018. Ou seja, as estatísticas são anteriores à pandemia de coronavírus, que afetou a rotina das fábricas.
No período inicial do levantamento, o Sudeste representava 61,63% do valor adicionado ao PIB (Produto Interno Bruto) industrial. Uma década depois, essa fatia caiu 7,66 pontos percentuais, para 53,97%. Na prática, o resultado mostra que, apesar do recuo, a região ainda é o principal polo fabril do país, com mais da metade do setor.
Conforme a CNI, a maior alta na participação ocorreu no Sul. A indústria local avançou 2,46 pontos percentuais, de 16,94% para 19,40%.
O Nordeste veio na sequência. Houve elevação de 2,06 pontos percentuais na região, que passou a responder por 12,93% da atividade nacional.
“Essa diversificação regional é um movimento positivo, porque observamos o desenvolvimento econômico de outros estados”, avalia o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade. O dirigente afirma que “a indústria usualmente paga os melhores salários”, além de “alavancar outros setores, como o de serviços” .
O estudo da CNI também aponta avanços nas outras duas regiões do país. A indústria do Norte aumentou sua participação em 1,66 ponto percentual, para 7%. Já o Centro-Oeste teve elevação de 1,48 ponto percentual, para 6,70%.
No recorte por estados, São Paulo viu sua participação encolher 2,88 pontos percentuais. Entretanto, a indústria paulista continua com folga no posto de principal parque fabril do país, com fatia de 30,68% do valor adicionado.
Minas Gerais assumiu a segunda posição do ranking, ultrapassando o Rio de Janeiro. A participação mineira no PIB industrial brasileiro subiu 0,36 ponto percentual, para 10,80%.
Enquanto isso, a fatia fluminense caiu 4,44 pontos percentuais, para 10,14%. Conforme a CNI, estados produtores de petróleo, como o Rio, estão entre aqueles que tiveram as maiores perdas no período da pesquisa.
A entidade ressalta que o Pará foi a unidade da federação que mais ganhou espaço no setor, com avanço de 1,41 ponto percentual. O resultado pode ser explicado pelo aumento no valor adicionado pela indústria extrativa local, com destaque para a extração de minerais metálicos. A participação paraense pulou de 2,15% para 3,56%.
A pesquisa da CNI leva em consideração informações do Sistema de Contas Regionais, disponibilizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).