O ex-presidente da Nissan Carlos Ghosn passará o Natal e o fim de ano na prisão, depois que a Justiça japonesa decidiu prolongar sua detenção até 1º de janeiro.
O executivo foi preso novamente na última sexta-feira, sob suspeitas de que teria feito manobras, por volta de outubro de 2008, para colocar sob responsabilidade da companhia perdas pessoais de 1,85 bilhões de ienes (US$ 16,6 milhões, ou R$ 64,2 milhões).
“Hoje foi tomada a decisão de manter [Ghosn] na prisão. O período de detenção terminará em 1º de janeiro”, anunciou a Corte de Distrito de Tóquio em um comunicado.
A decisão não significa que Ghosn será liberado, já que a Promotoria pode solicitar nesta data a prorrogação da detenção por mais 10 dias, se considerar que a investigação exige a medida.
Esta é mais uma complicação para a série de acusações feitas ao executivo, nascido no Brasil. O escândalo teve início em 19 de novembro, quando ele foi preso, no Japão, por suspeita de sonegação, ao declarar às autoridades uma renda inferior à real. Ele nega.
Ghosn foi destituído do conselho de administração da Nissan e da Mitsubishi Motors, mas segue oficialmente à frente da Renault.
ACUSAÇÕES
Duas acusações graves motivaram a nova ordem de prisão do executivo. A primeira é a de que ele teria transferido prejuízos de aproximadamente 1,8 bilhão de ienes dos seus investimentos pessoais (que surgiram após a crise financeira mundial em 2008) para a Nissan.
A segunda acusação é a de que teria transferido um total de US$ 14,7 milhões da conta de uma empresa afiliada da Nissan para a conta de um conhecido residente na Arábia Saudita. As transferências ilícitas teriam acontecido entre junho de 2009 e março de 2012.