A Justiça Federal do Distrito Federal decretou a liberdade dos hackers Walter Delgatti Neto e Thiago Eliezer, réus após serem denunciados pela invasão dos celulares do ex-ministro da Justiça Sergio Moro e de integrantes da Operação Lava Jato.
Na decisão, assinada nesta segunda-feira (28), o juiz Ricardo Leite, substituto da 10ª Vara Federal de Brasília, afirmou que mantê-los presos durante toda a tramitação do processo criminal que respondem acarretaria “inevitável excesso de prazo”.
Delgatti, Eliezer e outras foram presas no ano passado na Operação Spoofing, deflagrada pela Polícia Federal para desarticular o grupo que acessou contas do aplicativo de mensagem Telegram usadas por autoridades. Os demais já haviam sido liberados pela Justiça.
Como cumpre pena em Brasília por outros crimes, cometidos no interior de São Paulo, Delgatti seguirá ainda preso.
O advogado Ariovaldo Moreira, que o defende, informou que seu cliente já tem direito à progressão para o regime aberto ou ao livramento condicional, e que já acionou a Justiça de Brasília para que seja reconhecido o benefício.
Em substituição à prisão preventiva, o juiz substituto da 10ª Vara Federal fixou algumas medidas cautelares a serem cumpridas pelos hackers.
Eles terão que usar tornozeleira eletrônica e não podem manter contato com outros réus, testemunhas do processo ou outras pessoas que tenham participação nos fatos apurados.
Estão proibidos também de acessar endereços eletrônicos pela internet, redes sociais, aplicativos de mensagens, exceto para videoconferências e compromissos com a Justiça.
O magistrado determinou que a Polícia Federal fiscalize o cumprimento destas exigências e autorizou os federais a “ingressar nas residências dos réus e outros locais que eventualmente possam frequentar, no intuito de inspecionar dispositivos com acesso à internet que estejam em seu uso, bem como de que fizeram uso ou com suspeita de que iriam utilizá-los”.