Cheia de altos e baixos, a relação diplomática entre o ditador Kim Jong-un e o presidente Donald Trump ganhou um novo capítulo nesta terça-feira (11): uma carta enviada pelo norte-coreano à Casa Branca que o próprio americano classificou como bonita e carinhosa.
O envio da correspondência acontece em um momento que Washington e Pyongyang tentam retomar as negociações que estão travadas desde o último encontro entre os dois líderes, realizado em fevereiro no Vietnã. “Eu realmente recebi uma linda carta de Kin Jong-un e gostei muito dela. Uma carta muito carinhosa, muito legal. Creio que a Coreia do Norte tem um potencial enorme”, afirmou o americano a jornalistas em Washington.
Desde o início de 2018 os dois países tentam chegar a algum acordo que leve o regime norte-coreano a desistir da busca por armas nucleares, mas as conversas têm avançado com dificuldades, com um lado acusando o outro pela demora. Nesta terça, porém, Trump adotou um tom mais otimista ao falar sobre o assunto. “Eu creio que vai acontecer algo que será muito positivo”, afirmou.
Segundo ele, na correspondência Kim disse que manteve sua promessa de não realizar testes nucleares subterrâneos ou com mísseis balísticos de longo alcance. Trump voltou a afirmar que acredita na palavra do ditador. Em maio a Coreia do Norte realizou testes militares com alguns mísseis supervisionado pessoalmente por Kim, mas na ocasião Trump já tinha minimizado a ação e afirmado que ela não violava o acordo informal entre os países.
O americano comentou ainda uma notícia divulgada na segunda (10) pelo jornal The Wall Street Journal que afirmava que Kim Jong-nam, meio-irmão do ditador, teria sido informante da CIA (a agência de inteligência dos EUA). Jong-nam foi morto em um aeroporto na Malásia em 2017 e as autoridades locais afirmam que o crime foi cometido a mando do regime norte-coreano. “Eu vi a informação sobre a CIA a respeito do irmão, ou meio-irmão. E eu direi a ele [Kim] que isso não aconteceu sob minha supervisão. Eu não deixaria isso acontecer”, disse Trump.