O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está sendo interrogado agora em Curitiba. Ele está depondo em um dos processos da Operação Lava Jato relativo ao sítio Santa Bárbara de Atibaia (SP). A juíza federal substituta Gabriela Hardt, está conduzindo a oitiva.
Hardt é quem substitui o juiz Sergio Moro, desde que ele entrou de férias e pediu a exoneração para assumir o super Ministério da Justiça no governo Bolsonaro.
O ex-presidente foi transportado carro da carceragem da Superintendência da Polícia Federal onde está preso desde abril, para a sede da Justiça Federal, ambas na capital paranaense. Ele chegou por volta de 13h45. Foi a primeira vez que ele deixará a superintendência em sete meses.
O ex-presidente foi condenado a 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro em outro processo, o caso do triplex em Guarujá (SP).
Caso
O ex-presidente foi denunciado por recebimento de propina das construtoras OAS e Odebrecht. Outras 12 pessoas também estão denunciadas no processo. Lula nega as acusações e diz não ser dono do sítio. De acordo com as investigações, foram feitas reformas e melhorias no patrimônio.
Pelas investigações, as reformas no sítio começaram após a compra da propriedade pelos empresários Fernando Bittar e Jonas Suassuna, amigos de Lula. No laudo elaborado pela Polícia Federal, em 2016, os peritos citam as obras que foram realizadas, entre elas a de uma cozinha avaliada em R$ 252 mil.
A estimativa é de que tenha sido gasto um valor de cerca de R$ 1,7 milhão, somando a compra do sítio (R$ 1,1 milhão) e a reforma (R$ 544,8 mil). A defesa de Lula sustenta que a propriedade era frequentada pela família do ex-presidente, mas ele não é proprietário do sítio.
O empresário José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente da República, e réu por lavagem de dinheiro na mesma ação penal deverá foi o primeiro a ser interrogado.
Segundo a PF, o caso do sítio de Atibaia é o caso mais sólido e com extensa lista de provas dentro da Operação Lava Jato contra o ex-presidente e, também, que pode dar mais trabalho para a defesa de Lula. A expectativa é que a sentença ainda saia antes do final do ano.