segunda-feira, 25 novembro 2024

Mais de 100 detentos fogem de presídio

Ao menos 83 detentos que escaparam de presídio de segurança máxima em João Pessoa seguem soltos após fuga na madrugada desta segunda-feira (10).

 
No total, 105 presos fugiram da penitenciária Romeu Gonçalves Abrantes – PB1, que fica em uma área de mata próxima à praia do Jacarapé. O número equivale a 15% do contingente abrigado na unidade.

 
Por volta das 8h, a Secretaria da Administração Penitenciária da Paraíba informou que 22 já tinham sido recapturados. Durante a fuga, houve confronto com policiais e agentes penitenciários, e um tenente da PM foi baleado na cabeça. Ele está internado em estado grave.

 
Segundo a secretaria, a ação dos detentos teve ajuda externa. Um grupo armado com fuzis e explosivos atacou o presídio, que teve o portão, de mais de 5 metros de altura, arrombado.

 
As diligências para a recaptura dos presos prosseguem, e um inquérito policial foi instaurado para apurar a fuga.

 

HISTÓRICO DE PROBLEMAS

O presídio estava com sua lotação excedida em 4% -com capacidade para 654 presos, estava com 680.

 
Em 2011, o PB-1 foi um dos dois presídios da Paraíba em que detentos fizeram uma greve de fome por alguns dias devido a regras de entrada de alimentos e para pressionar pela saída do à época novo diretor da prisão, Sérgio Fonseca, considerado linha-dura. Fonseca é hoje o secretário da Administração Penitenciária paraibana. 
 
Naquele ano, denúncias de tortura e maus-tratos nos presídios da Paraíba motivaram visitas de comissões de direitos humanos às prisões.

 
Um ano depois, em 2012, membros do Conselho Estadual dos Direitos Humanos ficaram presos durante inspeção no PB-1, após o grupo pedir para um preso fotografar as celas. Nas imagens, os detentos apareciam nus, em salas escuras, apertadas e sujas, sem colchão ou banheiro.

 
Conforme a reportagem relatou então, os presos contaram que não tinham acesso a água potável e não tomavam banho de sol havia quatro meses, e que um deles morreu torturado. 
 
A secretaria afirmou na época que os presos estavam em recintos improvisados para que pudessem fechar um túnel que seria usado para fuga. Tanto o episódio da detenção temporária dos conselheiros como as denúncias de maus-tratos aos presos seriam apurados em sindicância.

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