A parceria entre as entidades médicas Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (Sobed), Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) e Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), resulta em uma campanha importante, com um tema não tão falado na sociedade, a prevenção do câncer de intestino, que leva como referência o Março Azul.
Com o lema “Médico e paciente: uma parceria que salva vidas! Juntos na prevenção do câncer de intestino”, a campanha tem o objetivo de elucidar o tema e ressaltar a importância do exame, que além do diagnóstico precoce, é preventivo.
“Quando você fala de câncer de mama ou de próstata, a recomendação para realização de exames de prevenção, na verdade, tem objetivo de diagnosticar a doença em um estágio precoce. Ela já é um câncer. Já no câncer de intestino, o rastreamento é para detectar lesões que ainda não viraram câncer e, quando tratadas com a remoção dessas lesões, você evita de o indivíduo ter o câncer”, explicou o presidente da SBCP, Hélio Moreira.
Identificadas como pólipos ou verrugas, essas lesões supracitadas nascem dentro do intestino, e podem ser tratadas através da colonoscopia.
De acordo com a estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca), 45.630 novos casos de câncer colorretal surgiram ou surgirão no Brasil, em cada ano do triênio 2023/2025, podendo afetar mais de 136 mil brasileiros.
Dados de 2020 do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Datasus, indicam que 20.245 pessoas faleceram devido ao câncer de cólon, reto e ânus.
Por meio dos números, Moreira ressalta a urgência de ações preventivas e de conscientização. “Para ter ideia de quanto isso é um problema importante e precisa ter uma sensibilidade maior do poder público para essa questão, em 2010, nós tivemos 23 mil casos de câncer de intestino no Brasil. Em dez anos, dobrou o número de casos de câncer de intestino. Hoje, é o segundo tipo de câncer mais frequente, tanto para homens, como para mulheres, na nossa população. E a incidência vem aumentando de forma alarmante”, disse.
Moreira ainda reforça a importância dos exames, pois, segundo ele, o sintoma mais comum é não ter sintoma, por isso, quando se tem diagnóstico em estágio avançado fica tudo mais difícil. “Estamos falando aí de tratamentos caríssimos, prolongados, sofrimento imenso do paciente e da família, afastamento de trabalho, necessidade de uso de bolsas de colostomia, que poderiam ser evitados com um sistema de rastreamento adequado”.
Para obter mais informações, a Campanha Março Azul 2024 possui um site específico com mais detalhes e informações.