O MP-SP (Ministério Público de São Paulo) ofereceu denúncia por suspeita de enriquecimento ilícito contra 42 policiais civis, entre delegados e investigadores. A ação civil pública foi assinada pelo promotor Ricardo Manuel de Castro no último dia 9. De acordo com o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), a ação foi aceita no dia seguinte.
Segundo a denúncia, feita a partir de interceptações telefônicas, policiais lotados na região central da Capital paulista recebiam um “mensalão”, como consta no documento da ação, de ao menos dois empresários ligados ao comércio popular do centro.
Além da propina, também entravam no esquema favores e presentes.
Os favores, segundo a investigação, iam desde a reforma de sala em delegacias, até o pedido para a compra de um helicóptero avaliado em cerca de R$ 3 milhões, para um dos policiais.
Em troca, segundo o MP, estes policiais fariam vistas grossas contra a comercialização de produtos piratas ou contrabandeados, por exemplo. Outra ajuda seria liberar mercadorias apreendidas, ainda de acordo com o MP. O esquema teria funcionado entre 2009 e 2011.
A denúncia abrange ao menos dez delegacias ou departamentos.
OUTRO LADO
A SSP (Secretaria da Segurança Pública), gestão João Doria (PSDB), e a Polícia Civil afirmam “não terem sido cientificadas oficialmente sobre a ação movida pelo MP”. “Tão logo isso ocorra, prestarão as informações necessárias, como de praxe”, diz trecho de nota.
A reportagem questionou o MP sobre o fato de a ação ter sido feito cerca de dez anos após as constatação do esquema criminoso. O órgão afirmou em nota que “o promotor não está concedendo entrevista sobre o caso”.