Com presenças de Bolsonaro e Lula, ministro toma posse na presidência do TSE e reafirma defesa da democracia
Em discurso ao tomar posse na presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), na noite desta terça-feira (16), o ministro Alexandre de Moraes defendeu as urnas eletrônicas e prometeu um combate “implacável” da Corte a fake news contra o sistema eleitoral. Moraes afirmou que a interferência da Justiça sobre as eleições será mínima, mas que ela não permitirá abusos do direito à liberdade de expressão.
Em seus agradecimentos às autoridades presentes à cerimônia, Moraes citou em primeiro lugar o presidente Jair Bolsonaro (PL), mas seu pronunciamento foi uma reação indireta a discursos do chefe do Executivo. O ministro exaltou o fato de que o Brasil é uma das maiores democracias do mundo, mas é “a única que apura e divulga os resultados eleitorais no mesmo dia, com agilidade, segurança, transparência e competência”.
Em outro trecho da fala, Moraes lembrou a criação das urnas eletrônicas, em 1996, e afirmou que a Justiça Eleitoral lutou “contra as forças que não acreditavam no Estado Democrático de Direito, e que queriam, à época da instalação, capturar a vontade do povo, desvirtuando os votos colocados nas urnas”. O presidente, sentado à mesa das autoridades, não aplaudiu estes trechos da fala.
FRENTE A FRENTE
No primeiro encontro durante a campanha ao Palácio do Planalto, Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ficaram frente a frente na posse de Moraes no TSE, horas depois de trocarem críticas em palanques.
Além de Lula, os ex- -presidentes Michel Temer (MDB), José Sarney (MDB) e Dilma Rousseff (PT)também participaram da solenidade. Os quatro ex-chefes do Executivo ficaram sentados nas cadeiras à frente da mesa principal do plenário da corte, onde estavam Bolsonaro e Moraes. Mais cedo, Lula e Bolsonaro participaram de agendas do primeiro dia de campanha.
O procurador-geral da República, Augusto Aras, e os presidentes do STF, Luiz Fux, da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também integram a mesa principal. Os ministros da Economia, Paulo Guedes, da Casa Civil, Ciro Nogueira, das Comunicações, Fabio Faria, e a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, também participam, assim como o chefe da Defesa, Paulo Sérgio, que tem feito inúmeros questionamentos ao sistema de votação por meio de militares que integram a comissão de transparência eleitoral da corte.
Guedes, crítico contumaz das políticas adotadas em gestões petistas, cumprimentou a todos os ex-presidentes presentes na cerimônia, incluindo Lula -principal adversário de Bolsonaro nas urnas, conforme as pesquisas de intenção de voto- e Dilma. O ex-presidente Lula se levantou para receber um breve aperto de mão do ministro, logo após Temer. Em seguida, Guedes cumprimentou Sarney e, por fim, Dilma, que permaneceu sentada.