O futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro, anunciou nesta segunda-feira (26) a criação de uma secretaria de operações integradas para coordenar ações policiais em nível nacional. Basicamente o órgão -que será comandado por Rosalvo Franco, ex-superintendente da Polícia Federal no Paraná- vai atuar no combate ao crime organizado.
Moro anunciou ainda Fabiano Bordignon como diretor do Depen (Departamento Penitenciário Nacional). Eles trabalharam juntos em Catanduvas (PR).
A secretaria vai coordenar a atuação das polícias estaduais e federal, “respeitando autonomia dos Estados e do Distrito Federal”, disse ele.
“Resolvemos, na discussão do organograma -ainda não é uma questão totalmente fechada com todas as áreas do governo-, mas a ideia é que, dentro do Ministério da Justiça e Segurança Pública haja a secretaria de operações policiais integradas”, disse Moro.
“A ideia da secretaria é poder coordenar operações policiais a nível nacional. Hoje muitos grupos e atividades criminosas transcendem as fronteiras estaduais”, afirmou.
Segundo ele, o combate “já é feito de certa maneira dentro do Ministério de Segurança Pública, mas a criação de uma secretaria específica para isso é oportuno”.
DEPEN
Segundo o futuro ministro, a função Fabiano Bordignon no Depen é estratégica. “Sabemos que presídios constituem problema. Não podemos generalizar, a situação é diferente em cada estado. Os presídios constituem situação de problema devido à superlotação e à fragilidade de certos presídios. Não podemos generalizar porque a situação em cada presídio é diferente. E sabemos que existem organizações criminosas centradas em alguns desses presídios”, comentou Moro.
De acordo com Sergio Moro, havia uma expectativa de que um agente penitenciário ficasse à frente do Depen, mas, apesar de não chefiar o órgão, a categoria terá “papel fundamental”. Ele disse ainda que a pasta vai discutir a necessidade de construir novos presídios e melhorar a parte estrutural dos já existentes.
A criação do novo órgão, na opinião do ex-juiz federal, aliviaria a Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública), que ficaria responsável apenas pela “super-estrutura”: gestão e implantação do Susp (Sistema Único de Segurança Pública).