quinta-feira, 25 abril 2024

Morte de garoto tem ato e pedido de perdão

Sari Gaspar Côrte Real, patroa da mãe do garoto Miguel Otávio Santana da Silva, 5, que morreu nesta terça-feira (2) após cair do 9º andar de um prédio no Recife (PE), pediu perdão em carta aberta ontem.
O menino estava aos cuidados da patroa, enquanto sua mãe, Mirtes Renata de Souza, saíra para passear com a cadela da família.
“Te peço perdão. Não tenho o direito de falar em dor, mas esse pesar, ainda que de forma incomparável, me acompanhará também pelo resto da vida”, escreve Sari para a mãe do menino.
Ela diz que está sendo condenada pela opinião pública. “As redes sociais potencializam o ódio das pessoas. Tenho certeza que a Justiça esclarecerá a verdade.”
Em outro trecho, afirma que reza muito para que Deus possa amenizar o sofrimento de Mirtes e confortar o seu coração. “Na nossa casa, sempre sobrou carinho e amor por você, Miguel e Martinha. E assim permanecerá eternamente.”
Sari escreve que não há palavras para descrever o sofrimento da perda irreparável. “Como mãe, sou absolutamente solidária ao seus sofrimento. Miguel é e sempre será um anjo na sua vida e na sua família.”
A criança morreu nesta terça-feira (2) após cair do nono andar do edifício residencial Píer Duarte Coelho, mais conhecido como Torres Gêmeas, no bairro de São José. Sari Côrte Real permitiu que ele entrasse no elevador sozinho.
A Polícia Civil de Pernambuco prendeu Sari em flagrante por homicídio culposo após ela deixar que o menino se deslocasse até o andar mais alto, onde escalou um buraco de ar condicionado, caiu e morreu. Após pagamento de fiança no valor de R$ 20 mil, Sari foi liberada.
Investigadores afirmam que as imagens de circuito interno mostram a mulher observando o menino entrar no elevador no 5º andar e registram o momento em que ela apertou o botão para a cobertura. O menino, segundo o vídeo, acionou os botões do 7º e do 9º andar, onde desembarcou.
No início da tarde desta sexta-feira, uma pergunta reverberou nas ruas do Recife durante ato de protesto contra a morte do garoto: “E se fosse ao contrário?”.
Manifestantes se concentraram em frente ao Tribunal de Justiça de Pernambuco, no Centro do Recife. Com cartazes que pediam justiça, seguiram em marcha até o prédio, também na área central.
Algumas pessoas se deitaram no chão e repetiram que “não foi um acidente”. Em frente ao edifício, gritaram a palavra “assassina”. Alguns vestiam uma camisa com uma imagem do garoto.
Em entrevista à Rede Globo, a mãe do garoto disse que confiou o filho à patroa e que esta não teria tido a paciência para retirá-lo do elevador.
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