Em ato contra Jair Bolnonaro (PSL) ontem na Avenida Paulista, em São Paulo, o líder do MTST (movimento dos sem-teto) Guilherme Boulos disse que reconhece o resultado das eleições de domingo, mas que inicia desde já um movimento de oposição ao presidente eleito.
“Nós não somos o Aécio Neves”, disse, em referência ao candidato derrotado do PSDB à Presidência em 2014, que pediu auditoria do resultado ao Tribunal Superior Eleitoral.
Boulos foi candidato do PSOL nesta eleição e ficou com 0,5% dos votos válidos.
“O Bolsonaro se elegeu presidente do Brasil, não imperador do Brasil”, disse. Um presidente tem que “respeitar as liberdades democráticas”, acrescentou, “e não afirmar que as oposições têm que ir para a cadeia ou exílio”.
Ao subir no palanque, Boulos foi recebido pela plateia com o grito “ô, Bolsonaro, preste atenção, a sua casa vai virar ocupação”.
Ele se apressou em dizer que era “uma brincadeira”. Antes, aliados do presidente eleito usaram o grito em campanha para atacar o adversário. “Ele se utilizou disso para atacar e criminalizar o movimento porque é o que sabe fazer”, disse Boulos.
ESCOLA SEM PARTIDO
Ao menos 300 pessoas se reuniram no fim da tarde de ontem na Praça Zumbi dos Palmares, em Brasília. O ato, chamado de “Vai ter resistência”, foi convocado pela Frente Povo Sem Medo, Frente Brasil Popular e MTST (Movimento Sem Teto). Parte do grupo também carregava bandeiras de partidos como o PSOL e PCB, entre outros.
Segundo os organizadores, o objetivo é realizar uma espécie de plenária para discutir ações de “resistência” contra o presidente eleito. No início do ato, o grupo fez uma roda e convidou participantes a ficarem de mãos dadas. “Respeitamos os resultados das urnas e nos colocamos como oposição democrática”, disse uma das participantes, ao microfone.
O grupo também convoca participantes a irem ao Congresso hoje em protesto contra possibilidade de votação de projeto conhecido como “Escola Sem Partido”, que visa combater suposta doutrinação ideológica nas escolas.