quinta-feira, 17 abril 2025

Número de mamografias tem queda de 84% no Brasil durante pandemia

Levantamento feito pela Fundação do Câncer, com base em dados do SUS (Sistema Único de Saúde), revela queda de 84% no número de mamografias feitas no Brasil durante a pandemia do novo coronavírus, em comparação ao mesmo período do ano passado.

A instituição constatou também em estudo do Observatório de Oncologia, que aumentou de 28 dias para 45 dias o tempo médio entre a primeira consulta com um especialista e o diagnóstico do câncer de mama entre 2014 e 2018. Na média do período, o tempo médio ficou em 36 dias.

Com o intuito de conscientizar as mulheres sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, a Fundação do Câncer lançou ontem (1º) a campanha “Outubro Que Rosa”, estrelada pela atriz Catarina Abdalla. A campanha tem como mote o slogan “É tempo de…” e se divide em quatro focos: É tempo de cuidar de si, ou seja, de ir ao médico ou fazer exames periódicos; é tempo de ajudar o outro, seja compartilhando informações ou incentivando as pessoas no cuidado preventivo ou curativo; é tempo de apoiar, seja cuidando de quem está doente ou fazendo uma doação para instituições que ajudam a combater o câncer; é tempo de prevenção, ou seja, de falar sobre promoção da saúde e chances de cura da doença.

O diretor executivo da Fundação do Câncer, Luiz Augusto Maltoni, ressaltou que a ideia é falar para as pessoas que o caminho para combater o câncer de mama está no cuidado e no diagnóstico precoces. “Isso é importantíssimo, especialmente nesse momento em que muitas pessoas deixaram de cuidar da saúde em função do isolamento social devido à pandemia da Covid-19”.

A Fundação do Câncer chamou atenção para outro problema relatado pelo diretor do Instituto Nacional de Câncer dos Estados Unidos, Normam Sharpless. Ele estimou que a falta de rastreamento e tratamento durante a pandemia elevará em cerca de 1% o número de mortes por câncer naquele país.

Exame é aconselhado em caso de sintoma ou nódulo

O diretor executivo da Fundação do Câncer, Luiz Augusto Maltoni, deixa claro que se a mulher tiver algum sintoma, sentir dor nos seios, perceber algum nódulo ou caroço, ou que já tinha alteração em exames anteriores, não deve deixar de fazer exames para ver a evolução do caso e elucidar se há algo realmente preocupante.

“É óbvio que, se a mulher não sente nada, nesse momento de pandemia, e já seria hora de fazer a mamografia dela de rotina, se ela tem mais de 50 anos de idade, não tem problema nenhum postergar mais alguns meses a mamografia e fazer em um momento de maior tranquilidade e menor perigo de pandemia”, salientou. “O que não deve é esquecer de fazer. É para estar atenta com o auto cuidado e a necessidade de fazer os exames de rotina”, completou o diretor executivo da Fundação do Câncer.

A preocupação, segundo Maltoni, é as pessoas ficarem com medo de procurar o serviço médico por conta da Covid e chegarem tardiamente para o tratamento de uma situação mais avançada.

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