quinta-feira, 25 abril 2024

O tamanho da devastação

A Amazônia perdeu uma área equivalente a 270 mil km² entre os anos 2000 e 2018. No período, a maior floresta tropical do planeta viu desaparecer 8% de sua cobertura, substituída, principalmente, por áreas de pastagem.

Para efeito de comparação, o tamanho da perda territorial da Amazônia representa, em termos absolutos, o sumiço de um espaço maior do que todo o Estado de São Paulo, que possui área em torno de 248 mil km².

Os números fazem parte das “Contas de Ecossistemas: Uso da Terra nos Biomas Brasileiros” (2000-2018), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgados na manhã desta quinta-feira (24).

O estudo mostrou que a redução na vegetação florestal amazônica foi a maior entre as coberturas naturais dos biomas brasileiros no período analisado.

As áreas de pastagem tiveram um aumento de 71%, passando de 248,8 mil km², em 2000, para 426,4 mil km², em 2018, o que evidenciou uma fragmentação da paisagem da região, segundo o IBGE.

Dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) já haviam mostrado que, atualmente, a Amazônia continua registrando aumento de queimadas. Em julho, o bioma apresentou crescimento de 28% no número de focos de calor em relação ao mesmo período de 2019, segundo dados do Inpe, maior registro desde 2017 e, antes disso, desde 2006.

OUTROS BIOMAS

De acordo com o IBGE, as perdas na Amazônia não foram as únicas entre os biomas terrestres brasileiros entre 2000 e 2018. No total, uma cobertura natural de quase 500 mil km² desapareceu do território nacional (duas vezes o tamanho do Estado de SP).

O Cerrado foi o segundo mais prejudicado, com perda de 152,7 mil km². A maior explicação é a expansão contínua e acelerada da agricultura, com crescimento de 102,6 mil km².

No ano passado, dados divulgados pelo Inpe, apontaram crescimento de 15% de desmate em unidades de observação. De acordo com a ONG WWF-Brasil, mais da metade do Cerrado já foi convertido para ambiente urbano ou para atividades agropecuárias.

Já a maior perda percentual de área territorial entre os biomas brasileiros de 2000 a 2018 foi no Pampa, que teve um recuo de 16,8% de sua área natural. De acordo com o IBGE, o terreno foi convertido em usos antrópicos, ou seja, pela ação do homem.

Um dos principais motivos para a redução territorial do Pampa pode ser pelo aumento no plantio de soja, pois quando se suprime a vegetação para introduzir uma monocultura do produto, se troca um sistema que evolui ecologicamente para o equilíbrio por uma única vegetação.

No ano passado, dados coletados por satélite em estudo do Inpe já haviam mostrado que, em 2016, 43,7% da vegetação nativa estava suprimida, ou seja, desmatada.

Já o Pantanal, que atualmente vem sofrendo com queimadas, foi o que menos sofreu de 2000 a 2018, segundo o IBGE, com diminuição de 1,6% de seu território.

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