domingo, 24 novembro 2024

Padrasto acusado de decapitar bebê de 1 ano vai a júri popular

Vítima era de Pindamonhangaba e teria sido trazida até Taubaté pelo réu de bicicleta  

Padrasto confessou o assassinato de Maria Clara – Arquivo de família

Suspeito pela morte da enteada Maria Clara, de um ano e três meses de idade de Pindamonhangaba, o servente de pedreiro e padrasto da vítima, Diogo da Silva Leite, vai a júri popular nesta terça-feira (10), em Taubaté (SP). A denúncia contra Diogo, é de homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e falsa comunicação de crime.

O crime foi registrado em outubro do ano passado. No dia 13 de outubro de 2020, Leite teria saído com Maria Clara de bicicleta, de onde seguiu do bairro Araretama em Pindamonhangaba, até o Distrito de Quiririm em Taubaté.

Câmeras de segurança do COI (Centro de Operações Integradas), da prefeitura flagraram o momento em que o homem passa pela Estrada do Pinhão, região onde o corpo da vítima foi localizado. Ainda no dia do crime, o padrasto procurou pela polícia e registrou boletim de ocorrência de desaparecimento.

No depoimento, o servente de pedreiro disse que um homem desconhecido teria levado Maria Clara, quando ele pediu para o que suposto “sequestrador”, olhasse a criança para que ele fosse ao banheiro, isso teria ocorrido na rodoviária de Pinda. A mãe da criança prestou depoimento na época e cartazes foram espalhados pela família e amigos em busca de Maria Clara.

Confessou o crime

Durante ocorrência, os investigadores da polícia civil desconfiaram de Leite, que teria apresentado versões diferentes. O homem chegou a falar com a imprensa e pedir ajuda para localizar a criança.

Um dia após o crime já ter sido praticado, a polícia juntou documentos do Conselho Tutelar e depoimentos de testemunhas e após um novo interrogatório, Diogo confessou ter assassinado a enteada e apontou o local onde estaria o corpo.

Maria Clara foi encontrada em uma área de mata as margens da Rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro, SP 123 no Quiririm em Taubaté. A criança estava sem roupa e com a cabeça separada do corpo. A cadeirinha de bicicleta e o vestido usado pela criança estavam próximo do corpo e foram apreendidos pela perícia.

De acordo com documentos do Conselho Tutelar de Pinda, a família possui históricos de denúncias. Maria Clara e outras duas crianças seriam vítimas de maus tratos. Ainda segundo depoimentos de testemunhas ao conselho tutelar, muitas das vezes, os menores eram alimentados por vizinhos e compareciam a escola sujos.

Diogo Leite, foi preso um dia após confessar o crime e está em regime fechado na penitenciária José Augusto Salgado, IRT de Tremembé, onde também estão Alexandre Nardoni condenado pela morte da pequena Isabela Nardoni, e Guilherme Longo, acusado de matar o enteado Joaquim.

O julgamento havia sido marcado para março deste ano, mas o advogado de defesa do réu, Hélio Barbosa, pediu análise de capacidade mental para o servente, a justiça indeferiu o pedido e uma nova data foi marcada para o próximo dia 10 de agosto.

O júri popular está marcado para as 9h desta terça-feira, no Fórum Criminal de Taubaté e previsto para acontecer de forma presencial. Entre as testemunhas estão policiais, conselheiros tutelares, o pai de Maria Clara e demais familiares da vítima.

A mãe da criança ainda não havia sido localizada pela justiça para receber intimação do processo.

Casa incendiada

Após o crime, a residência da família foi incendiada no bairro Araretama. O processo segue em segredo de Justiça.

Diogo Leite pode responder por três tipos crimes, homicídio triplamente qualificado, onde três qualificadoras foram apontadas pela justiça, morte sem chances de defesa da vítima, meio cruel por conta da decapitação e feminicídio pela condição de enteada e o crime ser cometido no meio familiar.

Leite ainda pode ser condenado pela ocultação de cadáver, tendo em vista que o corpo foi deixado em uma área de mata e por falsa comunicação de crime.

O júri popular será composto por sete pessoas ainda desconhecidas. No início da sessão, 15 pessoas se apresentam ao juiz e então um sorteio é feito para escolha dos sete. Durante o sorteio, os jurados eleitos devem se apresentar dizendo nome completo e profissão. Neste ato, defesa e acusação podem pedir a substituição do jurado por até três vezes sem justificativas.

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