quarta-feira, 5 fevereiro 2025

Perícia detecta pedrinhas em estômago de enteado e sugere chumbinho

Exame do Instituto Médico-Legal (IML) não foi capaz de atestar a presença de inseticidas ou outras substâncias tóxicas no material analisado 

O laudo do IML mostrou a presença de grânulos sugestivos de chumbinho (Foto: Reprodução)

O laudo do Instituto Médico-Legal (IML) com a análise do material gástrico do estudante Bruno Carvalho Cabral, de 16 anos, comprovou haver “quatro grânulos esféricos diminutos, de tamanhos variados, de coloração variando entre azul escuro e preto”, o que “pode sugerir a ingestão de um produto comercializado clandestinamente como raticida, popularmente conhecido como chumbinho”. O documento foi obtido com exclusividade pela agência globo. 

A madrasta do jovem, Cíntia Mariano Dias Cabral, está presa temporariamente por tentativa de homicídio contra o rapaz, por suspeita de ter envenenado seu feijão com a substância tóxica e o servido durante um almoço, no último dia 15, na casa em que a família morava, em Realengo, na Zona Oeste do Rio.

De acordo com o laudo de exame de pesquisa indeterminada de substância tóxica em amostra biológica, no entanto, utilizando-se a técnica disponível no Serviço de Toxicologia do IML, não foi possível detectar a presença de inseticidas ou outras substâncias tóxicas no material analisado. “Mesmo com a presença de grânulos, um resultado negativo é possível devido a fatores como: tempo decorrido entre a ingestão do produto e a coleta do material para exame, dose utilizada e intervenções hospitalares realizadas, como a gástrica”, atesta o documento, assinado pela perita Aline Machado Pereira.

Assessora técnica da Secretaria de Polícia Civil, a perita Denise Rivera explica que, apesar de terem sido realizados todos os testes possíveis, não se chegou a detecção do chumbinho pelo fato de a substância se deteriorar rapidamente no organismo. Ela explica que os grânulos encontrados no estômago de Bruno, no entanto, são suficientes para atestar se tratarem desse tipo de envenenamento, tanto pelas características, como também pela análise dos sintomas descritos no prontuário médico do rapaz.

O delegado do caso, Flávio Rodrigues, afirma que “o laudo do IML mostrou a presença de grânulos sugestivos de chumbinho e o prontuário médico do enteado atestou o relato diversos sintomas típicos de intoxicação exógena dessa substância. Então, até o momento, além das provas técnicas reunidas, temos no inquérito depoimentos prestados por testemunhas no sentido de indicar a responsabilidade da madrasta na tentativa de homicídio por envenenamento”. 

Com informação OGLOBO.

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