
Nesta sexta-feira (18), a Polícia Federal executou dois mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que foi levado para colocar uma tornozeleira eletrônica e passou a ser alvo de medidas restritivas determinadas pelo STF.
Restrição de liberdade
De acordo com a decisão do Supremo, Bolsonaro está proibido de usar redes sociais, de manter contato com outros réus, embaixadores e representantes estrangeiros, além de estar impedido de sair da comarca do Distrito Federal. Ele também deverá permanecer em casa entre 19h e 6h nos dias úteis, e em período integral nos fins de semana e feriados.
Reação da defesa
A equipe jurídica de Bolsonaro classificou as restrições como desproporcionais e afirmou que ele sempre cumpriu as determinações judiciais. O PL também emitiu nota em defesa do ex-presidente, alegando “estranheza e repúdio” à operação da PF.
Contexto da operação
As medidas fazem parte da investigação da PET nº 14129, que apura a tentativa de golpe de Estado relacionada aos atos de 8 de janeiro de 2023. Segundo os autos, Bolsonaro teria participado da elaboração da chamada “minuta do golpe”, e teria conhecimento do plano “Punhal Verde Amarelo”, que envolvia ações extremas contra o presidente Lula, o vice Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.
Joias, urnas e influência externa
O ex-presidente também é investigado por tentar desacreditar as urnas eletrônicas, por meio de relatórios fabricados, e por ter se apropriado indevidamente de joias recebidas de autoridades estrangeiras. Parte dessas peças teria sido vendida ilegalmente, de acordo com depoimentos de Mauro Cid.
Além disso, há indícios de que Bolsonaro e Eduardo tentaram articular com o governo dos EUA sanções ao Brasil, em reação às investigações do STF. A taxação de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada por Donald Trump, teria sido uma retaliação negociada.