Luiz Fernando Pezão, governador do Rio de Janeiro está preso. A força-tarefa da Lava Jato deu voz de prisão contra o político por volta das 6h desta quinta-feira (29) no Palácio Laranjeiras, residência oficial do chefe do estado. Quem assume o governo do estado é Francisco Dornelles, vice -governador.
A operação é baseada na delação premiada de Carlos Miranda, operador financeiro do antecessor de Pezão, Sérgio Cabral, que também está preso desde 2016.
A prisão preventiva foi expedida pelo ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde governadores têm foro. A prisão de Pezão foi pedida pela Procurada Geral da República, Raquel Dodge, e está sendo cumprida em mais uma etapa da Operação Lava Jato, a “Boca de Lobo”, que investiga o desvio de dinheiro e pagamento de propina no esquema de corrupção do ex-governador Cabral e também um esquema próprio montado pelo próprio Pezão.
Nessa fase são nove mandados de prisão, incluindo o atual governador, e 30 de busca e apreensão. Policiais federais estão na casa de Pezão em Piraí, no Sul do Estado fluminense, cidade onde nasceu e começou sua carreira política, foi eleito vereador duas vezes e prefeito.
A PF também cumpre mandado de busca a apreensão no Palácio Guanabara, sede do governo, em Laranjeiras, e no apartamento de Hudson Braga, ex-secretário de obras de Sérgio Cabral.
MESADA E PROPINA
A decisão do STJ foi baseada na delação premiada de Carlos Miranda, operador do esquema montado por Sérgio Cabral, também conhecido como o “homem da mala”, no governo do Rio de Janeiro. Segundo essa delação, Pezão recebia mesada e acumulou R$ 1 milhão em propina.
Além de Pezão, a força-tarefa da Lava Jato tenta prender outras oito pessoas: o atual secretário estadual de Obras do Rio, José Iran Peixoto; Afonso Henriques Cruz, secretário de Governo; Luiz Carlos Vital, servidor da Casa Civil e de Desenvolvimento Econômico; Marcelo Santos Amorin, sobrinho de Pezão e suspeito de ser o operador financeiro do esquema próprio do governador; e os empresários Cláudio Fernando Vidal, Luiz Alberto Gomes Gonçalves, Luís Fernando Craveiro de Amorim e César Augusto Craveiro de Amorim.
Atualmente, dos três poderes do Estado do Rio, estão presos o governador e o presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Jorge Picciani.