Jogos do Campeonato Italiano foram realizados sem torcida neste domingo (8), apesar de pedidos do governo italiano e do sindicato de jogadores para interromper o campeonato por causa da epidemia de coronavírus.
A partida entre Parma e SPAL no estádio Ennio Tardini, em Parma, que deveria começar às 8h30 no horário de Brasília, atrasou e teve início às 9h45, sem público.
Parma está localizada na região de Emília-Romanha, no norte da Itália, uma das mais afetadas pela epidemia de coronavírus. O jogo foi disputado com portas fechadas, seguindo um decreto do governo italiano que determinou que todas as competições esportivas sejam realizadas sem público até 3 de abril.
A equipe do SPAL venceu por 1 a 0, com gol de Andrea Petagna.
Os outro quatro jogos programados para este domingo também estão confirmados, incluindo o clássico entre Juventus e Inter, que deve começar em Turim às 16h45, no horário de Brasília.
A manutenção das partidas contraria os pedidos do ministro do Esporte, Vincenzo Spadafora, que defendeu na manhã deste domingo a suspensão imediata da Série A.
“Não faz sentido agora, não suspender temporariamente o futebol, quando estamos pedindo aos cidadãos enormes sacrifícios para prevenir a propagação da epidemia, colocar em risco a vida de jogadores, árbitros e torcedores, que certamente se encontrarão para assistir aos jogos”, escreveu Spadafora no Facebook.
De acordo com o último balanço, a Itália é o maior foco de contágio do covid-19 fora da China, com 7.375 pessoas com o vírus e 366 mortes. O governo limitou viagens e confinou 16 milhões de pessoas no norte do país neste domingo (8).
A posição do ministro do Esporte se soma à de Damiano Tommasi, presidente do Sindicato dos Jogadores da Itália, que também defendeu a suspensão das partidas.
“Parar o futebol é a coisa mais útil para o nosso país hoje”, escreveu neste domingo (8) no Twitter.
“Existe um risco para os jogadores e devemos tomar todas as precauções para a segurança de quem joga: em campo, você certamente não pode ficar a um metro de distância [de outras pessoas].”
Na manhã deste sábado (7), Gabriele Gravina, presidente da Federação Italiana de Futebol, se recusou a descartar a suspensão da Série A caso um jogador apresente um teste positivo de coronavírus.
“Temos que ser realistas. O risco real existe e, nessas circunstâncias, tomaríamos todas as medidas necessárias para garantir a proteção de nossos atletas e depois consideraríamos o impacto que isso poderia ter nas competições esportivas”, disse Gravina à Rai.
Quando perguntado se a liga poderia ser suspensa por completo, ele disse: “Não podemos descartar nada, mas também não devemos inventar hipóteses que não podemos prever”.