terça-feira, 15 outubro 2024
ECONOMIA FAVORÁVEL

Preços caem 0,02% em agosto, registrando a primeira deflação deste ano

Ao todo, dois dos nove grupos que compõem o índice apresentaram queda, resultando na primeira deflação do ano e no menor índice desde junho de 2023
Por
Felipe Gomes
Foto: Paulo Pinto/ Agência Brasil

Segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (10), o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) demonstrou uma diminuição de 0,02%. O índice é utilizado como a medida oficial da inflação no país.

A categoria “Alimentação e Bebidas” apresentou uma redução de 0,44% em agosto, impactando negativamente o índice geral em 0,09% ponto percentual. O grupo “Habitação” também apresentou queda de 0,51%, contribuindo com uma redução de 0,08%. Somando os dois grupos, ambos representam 36,53% do total do IPCA.

Dessa forma, o resultado geral de agosto indica uma desaceleração em relação ao mês anterior, quando o IPCA subiu 0,38%. Em agosto de 2023, os preços haviam aumentado 0,23%. Atualmente, a inflação acumulada nos últimos 12 meses é de 4,24%, dentro da meta estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). No total do ano, a alta é de 2,85%.

Esse resultado foi ligeiramente melhor do que as expectativas do mercado financeiro, que previu um aumento de 0% para o mês e uma inflação acumulada de 4,26% em 12 meses.

Resultados dos grupos do IPCA:

  • Alimentação e bebidas: -0,44%;
  • Habitação: -0,51%;
  • Artigos de residência: 0,74%;
  • Vestuário: 0,39%;
  • Transportes: 0,00%;
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,25%;
  • Despesas pessoais: 0,25%;
  • Educação: 0,73%;
  • Comunicação: 0,10%.

Alimentos registram queda

A categoria “Alimentação e Bebidas” registrou o segundo mês consecutivo com quedas, sendo impulsionado novamente pelo subgrupo Alimentação no domicílio (-0,73%). A subcategoria inclui alimentos in natura (aqueles que são obtidos diretamente de plantas ou animais e consumidos sem terem sofrido nenhuma alteração)

Com a diminuição dos impactos climáticos e o fim do fenômeno El Niño, o IBGE destacou quedas significativas nos preços da batata inglesa (-19,04%), tomate (-16,89%) e cebola (-16,85%). Entre os itens que tiveram aumento no mês estão mamão (17,58%), banana-prata (11,37%) e café moído (3,70%).

A alimentação fora do domicílio registrou aumento de 0,33%, embora tenha sido um pouco menor que o crescimento registrado em julho (0,39%). O lanche desacelerou de um aumento de 0,74% para apenas 0,11% em agosto. O preço das refeições subiu de 0,24% para 0,44%.

Habitação

No grupo “Habitação”, houve uma forte deflação na energia elétrica residencial. A conta de luz caiu 2,77% no mês devido à mudança na bandeira tarifária, passando da bandeira amarela em julho para a verde em agosto.

O Instituto responsável também observou reduções tarifárias em diversas cidades da pesquisa como Porto Alegre (-0,69%), Vitória (-1,49%), São Paulo (-3,07%), São Luís (-4,52%) e Belém (-5,63%).

Transportes

O grupo Transportes apresentou estabilidade em agosto. O subgrupo Combustíveis teve um aumento de 0,61%, com elevações nos preços do gás veicular (4,10%), gasolina (0,67%) e óleo diesel (0,37%).

A gasolina foi responsável pela maior contribuição positiva para o IPCA em agosto com um impacto de 0,04%. no índice geral. Nos últimos dois meses já houve um aumento acumulado de 3,84% para esse combustível após o reajuste da Petrobras nas refinarias desde o dia 9 de julho.

Por outro lado, as passagens aéreas tiveram uma redução nos preços de 4,93%. Em julho esse item costuma registrar aumentos significativos devido às férias escolares; entretanto neste mês contribuiu negativamente para o IPCA com -0,03%.

Serviços e monitorados

O período pós férias também ajudou a desacelerar o índice dos serviços em comparação ao mês anterior. A alta passou de 0,75% em julho para apenas 0,24% em agosto.

Além das passagens aéreas mencionadas anteriormente, itens como pacotes turísticos (-1,34%) e aluguel de veículos (-6.40%) também apresentaram recuos. Por outro lado, a hospedagem aumentou (1,96%).

Na análise dos últimos 12 meses a inflação dos serviços subiu de 5,01% em julho para 5,18% em agosto. Essa aceleração fez com que esse indicador atingisse o maior valor desde fevereiro.

Já os itens monitorados, cujos preços são definidos pelo setor público ou por contratos foram influenciados pela queda na energia elétrica.

Assim sendo na comparação dos últimos doze meses os monitorados passaram de uma alta acumulada de 7,04% em julho para apenas 5,58% em agosto; este é o menor resultado desde julho do ano passado quando estava em torno de 3,64%.

INPC apresenta queda de 0,14% em agosto

Utilizado como referência para reajustes no salário mínimo, o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor apresentou queda de 0,14% em agosto após um aumento anterior de 0,26% em julho.

Com isso o INPC acumula uma alta de 2,8% no ano e um aumento de 3,71% nos últimos doze meses; enquanto que no mesmo mês do ano passado a taxa foi de apenas 0,2%.

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