sábado, 9 agosto 2025

Russos cercam Kiev e promovem ataque a civis

Mais de 100 pessoas já morreram na Ucrânia após invasão russa; Putin fala em negociar, mas quer rendição 

(Foto: Divulgação)

A população de Kiev, capital Ucrânia, amanheceu nesta sexta-feira (25) com o barulho dos estrondos de bombas no segundo dia da invasão da Rússia à Ucrânia. Outras cidades também foram atacadas. A ofensiva continuou ao longo do dia. Mais de 100 pessoas morreram no primeiro dia do ataque.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, disse que os bombardeiros da madrugada ocorreram em áreas residenciais de Kiev. Ele ainda fez uma comparação com o nazismo. “Esta noite começaram a bombardear bairros civis. Isto nos recorda a ofensiva nazista de 1941”, disse.

Um caça da Ucrânia foi abatido pela Rússia em Kiev na madrugada. Já de dia, um tanque russo foi flagrado atropelando o carro de um civil na Ucrânia. Na cena, é possível ouvir sons de tiros e, em seguida, o tanque acelera pela avenida, passando por cima de um carro.

Em outra imagem, civis aparecem tentando ajudar a resgatar uma mulher presa nas ferragens do veículo. Além disso, um orfanato com cerca de 50 de crianças foi atacado. Ninguém ficou ferido, segundo a embaixadora ucraniana nos EUA, Oksana Markarova.

‘NOITE DIFÍCIL’
No fim do segundo dia de conflito, o prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, alertou para uma “noite difícil”, já que as tropas russas estão “muito perto”. “A situação agora é ameaçadora para Kiev, sem exagero. A noite e a manhã serão difíceis”, disse Klitschko no endereço postado em seu canal Telegram na sexta-feira.”

SEGUNDO DIA
O segundo dia da campanha militar russa contra a Ucrânia começou com uma intensificação do cerco à capital do país, Kiev. Forças de Vladimir Putin voltaram a bombardear a cidade, desta vez com efeitos mais claros sobre civis, e se aproximam por dois flancos. Soldados russos já operam na cidade.

À pressão militar, o Kremlin já abriu as portas para uma negociação de paz sob seus termos. Segundo o porta-voz Dmitri Peskov, Putin aceita enviar uma delegação a Minsk (Belarus) para discutir “a neutralidade da Ucrânia” com uma missão do presidente Volodimir Zelenski.

Peskov comentava sobre uma fala anterior do ucraniano, que havia dito estar aberto a conversas e afirmou “não ter medo de discutir a neutralidade” -certamente não desta forma. Os russos querem o vizinho renunciando a entrar nas estruturas ocidentais, Otan (aliança militar) e a União Europeia.

CHINA
A coreografia seguiu com um comunicado chinês, segundo o qual Putin disse em conversa com o líder Xi Jinping estar pronto para negociar.
Algumas horas depois, Putin voltou a atacar Zelenski, sugerindo que as Forças Armadas ucranianas deveriam derrubá-lo. “Parece que será mais fácil para nós nos acertarmos com vocês do que com essa gangue de viciados e neonazistas”, disse em uma entrevista à TV. Alguns observadores políticos russos viram na agressividade um sinal dúbio, contudo, acerca da capacidade de resistência do rival. O movimento militar confirma a hipótese de que a Rússia de fato mirava Kiev como seu principal alvo nesta guerra, ainda que haja combates e ataques ocorrendo em quase todas as partes do país.

Numa avaliação vazada pelo Pentágono às TVs americanas, os russos teriam diminuído a velocidade de seu ataque no final da tarde, ficando a dúvida se isso seria uma sinalização para abrir a negociação ou se haveria alguma perda de ímpeto.

CHERNOBYL
A agência nuclear da Ucrânia e o Ministério do Interior disseram que registraram níveis crescentes de radiação em Chernobyl após a Rússia tomar o controle da região onde fica a extinta usina nuclear. Segundo os especialistas da agência nuclear, a mudança se deve ao movimento de equipamentos militares pesados na área, levantando poeira radioativa no ar.

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