sexta-feira, 26 abril 2024

Secretário descarta racionamento de energia, mas fala que ‘decisões difíceis’ terão que ser tomadas

O ministério avalia que, sem essas medidas, o nível dos reservatórios da região Sudeste, considerada a caixa d’água do país, chegaria em novembro com 7,5% da capacidade de armazenamento 

O secretário participou por videoconferência na manhã desta segunda-feira do “Conexão Empresarial ( Foto: Agência Brasil)

O secretário de Energia Elétrica do Ministério das Minas e Energia, Christiano Vieira da Silva, descartou nesta segunda (19) a possibilidade de racionamento no Brasil, mas afirmou que “decisões difíceis” terão que ser tomadas no futuro dependendo do volume de chuvas e do nível de utilização de energia no país.

O ministério projeta baixos índices pluviométricos na temporada de maior volume de chuvas, entre novembro e março. Silva afirma ser possível que o cenário de escassez de 2020, em que o período de chuvas começou atrasado e terminou antes do previsto, se repita.

“A depender da evolução dessas variáveis [chuvas e carga de uso], decisões difíceis têm que ser tomadas. Para isso é que foi criada a Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética”, declarou o secretário. A instância reúne representantes dos ministérios das Minas e Energia, Economia, Agricultura, Meio Ambiente, Desenvolvimento Regional e Infraestrutura.

O secretário participou por videoconferência na manhã desta segunda-feira do “Conexão Empresarial”, organizado pela revista Viver Brasil, de Belo Horizonte (MG).

Silva afirmou ainda que o ministério faz acompanhamento constante das chuvas e carga no sistema, e que decisões que possam priorizar determinados usos da água dos reservatórios também serão tomadas pela Câmara de Regras, levando em conta impacto em outros setores para além do da geração de energia. Em Minas Gerais, há reclamação de empresários do setor do turismo e prefeitos no entorno do lago de Furnas por causa da redução do nível do reservatório.

Entre as ações adotadas pelo governo para evitar um cenário pior está a redução das vazões nas hidrelétricas a jusante como Jupiá e Porto Primavera, no Rio Paraná. As plantas tiveram o fluxo reduzido para 2.300 e 2.700 metros cúbicos por segundo, respectivamente. Ambas já operaram com volume superior a 4.000 metros cúbicos por segundo.

O ministério avalia que, sem essas medidas, o nível dos reservatórios da região Sudeste, considerada a caixa d’água do país, chegaria em novembro com 7,5% da capacidade de armazenamento.

O nível dos lagos na região atualmente é de 27,6%, segundo o secretário. A previsão do ministério é que atinja 10,7% em novembro, início do período chuvoso. O nível mais baixo até então foi registrado em 2014, de 20%.

A possibilidade de apagão, no entanto, foi negada pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, no final de junho.

A declaração ocorreu depois de o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmar que o Brasil teria que passar por um “período educativo” de racionamento de energia para evitar uma “crise maior”. O parlamentar depois recuou e afirmou que o racionamento não seria necessário. 

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