terça-feira, 5 novembro 2024
CULTURA DO RACISMO

‘Simulador de escravidão’: jogo eletrônico revolta brasileiros e vai ser investigado pelo Ministério Público

Aplicativo estava disponível na plataforma do Google até essa quarta-feira (24)
Por
Nayara Lourenço

O jogo ‘Simulador de Escravidão’, disponível até essa quarta-feira (24) na PlayStore, causou revolta entre brasileiros e vai ser investigado pelo Ministério Público. O aplicativo incentiva os jogadores a comprar, vender, castigar e até explorar sexualmente pessoas escravizadas, além de reprimir rebeliões.

Após repercussão, o Google retirou o jogo da plataforma. O aplicativo foi criado pela empresa Magnus Game. No entanto, vereadores, deputados e pesquisadores pedem a punição dos responsáveis pelo crime de racismo. Até a manhã dessa quarta-feira (24), o aplicativo foi baixado mais de mil vezes.

“Não permitimos apps que promovam violência ou incitem ódio contra indivíduos ou grupos com base em raça ou origem étnica, ou que retratem ou promovam violência gratuita ou outras atividades perigosas. Qualquer pessoa que acredite ter encontrado um aplicativo que esteja em desacordo com as nossas regras pode fazer uma denúncia”, afirmou o Google, em nota.

O game recebeu comentários repudiantes de alguns brasileiros. “Ótimo jogo para passar o tempo. Mas falta mais opções de tortura. Poderiam instalar a opção de açoitar o escravo também. Mas fora isso, o jogo é perfeito!”, disse o perfil Mateus Schizophrenic. “Muito bom mesmo, retrata bem o que eu gostaria de fazer na vida real”, afirmou outro usuário.

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) disse que o jogo é criminoso. “Entraremos com representação no Ministério Público por crime de RACISMO e levaremos o caso até as últimas consequências, de preferência a prisão dos responsáveis. A própria existência de algo tão bizarro à disposição nas plataformas mostra a URGÊNCIA de regulação do ambiente digital”, falou o deputado.

O MPF-RS (Ministério Público Federal no Rio Grande do Sul) instaurou um procedimento para apurar o aplicativo. Em São Paulo, o Gecradi (Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância), do Ministério Público estadual, também instaurou uma Notícia de Fato sobre jogo.

Para coibir dispositivos como esse, o MIR (Ministério da Igualdade Racial) entrou em contato com o Google para elaborar, juntos, um filtro que não permita jogos com discursos de ódio, intolerância e racismo.

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