Um ataque de garimpeiros ilegais contra yanomamis nesta segunda-feira (10) deixou quatro baleados na comunidade indígena Palimiu, às margens do rio Uraricoera, em Roraima, segundo denúncia da Hutukara Associação Yanomami.
Em ofício enviado a autoridades federais, a associação relatou que sete barcos de garimpeiros chegaram ao local por volta das 11h30, iniciando um tiroteio que durou cerca de meia hora.
O confronto também foi relatado por garimpeiros por meio de áudios de WhatsApp. Um deles fala em oito yanomamis mortos e outros dez feridos, mas ele não estava no local do tiroteio.
Nesse áudio, o grupo armado que atacou os yanomamis é chamado de “facção”. Um membro desse grupo teria morrido, além de dois feridos.
Outro relato obtido pela reportagem diz que as mortes não passam de boatos e que não houve novos confrontos. A associação Hutukara tampouco recebeu informação de que houve mortos.
Segundo a associação, há hoje cerca de 20 mil garimpeiros ilegais dentro da Terra Indígena Yanomami. Trata-se de um problema antigo que vem aumentando em meio a promessas de legalização pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e em decorrência do aumento do peso do ouro.
A atuação dos garimpeiros tem contaminado os rios de mercúrio, além de propagar doenças como Covid-19 e malária. Em alguns locais, há pequenas cidades, com pistas de pouso clandestinas, comércio, prostíbulos e internet.
A reportagem tentou entrar em contato com o Comando Militar da Amazônia (CMA), o Ministério Público Federal e a Polícia Federal, mas não obteve resposta até a publicação deste texto.