O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, condenou o “massacre horrível” ocorrido em duas mesquitas na Nova Zelândia nesta sexta-feira (15, noite de quinta no Brasil). Os ataques, que a Casa Branca chamou de “perverso ato de ódio”, deixaram ao menos 49 mortos.
O massacre também deixou mais de 40 feridos, no pior caso do tipo já registrado no país. A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Arden, classificou os atos como terrorismo. “Minhas mais calorosas condolências e melhores desejos vão para o povo da Nova Zelândia após esse terrível massacre nas mesquitas. Quarenta e nove inocentes morreram [em um ato] sem sentido, com tantos outros gravemente feridos. Os EUA estão com a Nova Zelândia em qualquer coisa que pudermos fazer”, escreveu Trump em uma rede social.
Líderes políticos e religiosos em todo o mundo expressaram repugnância e tristeza. Para alguns deles, políticos e veículos de imprensa são responsáveis por alimentarem o ódio contra muçulmanos, o que teria motivado o ato nas mesquitas da Nova Zelândia.
Ao mesmo tempo em que governos da Ásia e do Oriente Médio tentam descobrir quantos cidadãos de seus países estão envolvidos no massacre na Nova Zelândia, líderes expressaram repulsa ao ataque. “Eu culpo o aumento desses ataques terroristas à islamofobia [gerada] após o 11 de Setembro, [pelo qual] 1,3 bilhão de muçulmanos foram culpados por qualquer ato de terror”, disse o primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan, em uma rede social.
O chanceler turco, Mevlut Cavusoglu, disse que os ataques são resultado da demonização de muçulmanos. “Não apenas os perpetradores [do ataque], mas também políticos e a mídia que alimentam a já grande islamofobia e ódio no Ocidente são igualmente responsáveis por esse ataque hediondo”, escreveu no Twitter.
O ministro das Relações Exteriores de Bangladesh, Shahriar Alam, disse que o time nacional de críquete do país foi “extremamente sortudo” por não ter sido atingido pelo atirador. Os jogadores disputariam uma partida contra a seleção da Nova Zelândia e estavam na mesquita para as orações de sexta-feira quando o massacre começou.
“Não posso nem imaginar o que teria acontecido se eles estivessem lá cinco minutos mais cedo”, disse, em uma rede social.
Centenas de manifestantes em Dhaka, na capital de Bangladesh, gritaram “allahu akbar” (Deus é maior) após as orações desta sexta. Um dos que protestavam disse que não deixaria que o sangue de muçulmanos fosse derramado em vão.
O premiê australiano, Scott Morrison, afirmou que o cidadão de seu país preso sob suspeita de participar dos ataques é um “extremista, um terrorista violento da extrema direita”. A rainha Elizabeth, do Reino Unido, que é a chefe de Estado da Nova Zelândia, disse que está “profundamente triste devido aos eventos chocantes”. Também na Europa, a chanceler alemã, Angela Merkel, expressou luto à Nova Zelândia, “pelos seus cidadãos que foram atacados e mortos devido ao ódio racista enquanto rezavam pacificamente em suas mesquitas”.
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, também condenou os atos de terrorismo. “Atacar pessoas durante suas orações é horrível, e o Canadá condena vigorosamente os tiroteios de hoje na Nova Zelândia”, publicou em uma rede social.
Várias cidades canadenses reforçaram a segurança de suas mesquitas após o massacre. Em resposta ao atentado, a presença policial aumentou em Toronto e nas cercanias de lugares de culto, segundo a polícia da cidade, onde há cerca de 60 mesquitas.
Uma vigilância policial “especial” também foi ativada em Montreal, afirmou a polícia local à agência de notícias AFP e, segundo um porta-voz, a segurança foi reforçada nas mesquitas em Quebec. Até o ataque de Christchurch, o Canadá era o país onde ocorreu o pior massacre contra um lugar de culto muçulmano no Ocidente: em 29 de janeiro de 2017, um homem identificado com a extrema direita abriu fogo contra fiéis que estavam reunidos na mesquita de Quebec. O ataque provocou seis mortes e deixou 35 feridos.