quinta-feira, 18 abril 2024

Urgências e complicações representam 25% das cirurgias de hérnias abdominais realizadas pelo SUS

As próteses em formato de tela utilizadas nas cirurgias reduzem o risco de recidiva em até 80% 

O Sistema Único de Saúde (SUS) realizou 404 mil cirurgias para correção de hérnias da parede abdominal, entre setembro de 2020 e o mesmo mês de 2022, de acordo com dados divulgados pelo DataSus.

Neste período, foram registradas 8.6 mil procedimentos em casos de complicações, como hérnias estranguladas (5.3 mil) e que voltaram (3.2 mil), além de 93 mil cirurgias de urgência, totalizando 25% do total.

O número de cirurgias de urgência impressiona, pois a Sociedade Brasileira de Hérnia e Parede Abdominal acredita que este percentual de emergências atendidas pelos planos de saúde gira em torno de apenas 3%.

As cirurgias minimamente invasivas – aquelas feitas com pequenos cortes, através de equipamentos específicos – representam 0,6%, ou 2.536 pacientes atendidos com o auxílio desta tecnologia. Esses casos têm como vantagem o retorno precoce às atividades cotidianas, além de menor dor pós-operatória.

De acordo com o cirurgião e presidente da SBH, Dr. Marcelo Furtado, o ideal é que os procedimentos sejam realizados da forma mais breve possível, para evitar as complicações e cirurgias de urgência.

“Os casos emergenciais são sempre mais complicados, pois não temos tempo para o preparo adequado com o paciente e realização dos exames, conforme é feito em uma cirurgia eletiva. Além disso, existe o risco ao qual o paciente está submetido em casos de complicações, como o encarceramento e o estrangulamento da hérnia – que é o quadro mais grave, exigindo a cirurgia imediata”.

Quando o conteúdo da hérnia fica estrangulado compromete o fluxo sanguíneo e pode levar a isquemia e gangrena, podendo provocar a morte. Geralmente o paciente apresenta um quadro de dor intensa, acompanhado de náuseas e vômitos.

RECIDIVAS – Para o Dr. Gustavo Soares, vice-presidente da SBH, é necessário realizar o tratamento da hérnia e também os seus fatores de risco. “Quadros como obesidade, tabagismo e diabetes descontrolada aumentam o risco para novos casos de hérnias abdominais ou retorno daqueles já tratados, exigindo nova intervenção cirúrgica. O ideal é sempre encaminhar o paciente para que essas doenças associadas sejam devidamente tratadas, garantindo mais sucesso no tratamento da hérnia”.

As próteses em formato de tela utilizadas nas cirurgias reduzem o risco de recidiva em até 80%.

O QUE SÃO AS HÉRNIAS — A hérnia é um defeito ou um orifício nos músculos do abdome que permite que o intestino ou uma porção de gordura passe através dele. Ainda que hérnias possam ocorrer em muitos lugares no corpo humano, elas são mais comuns na parede abdominal, como explica o vice-presidente da SBH, Dr. Gustavo Soares. “Elas podem ocorrer em qualquer idade, mas, atingem principalmente os adultos. Como trata-se de uma abertura na musculatura o tratamento é exclusivamente cirúrgico, com exceção da hérnia de hiato que pode ser tratada com medicamentos”.

As hérnias não desaparecem sozinhas e a única forma de curá-las é a cirurgia.

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