segunda-feira, 25 agosto 2025
CRIANÇAS

Adultização e pedofilia: o que o município e a escola podem fazer

Debate ganha ainda mais força após repercussão nacional de denúncia feita pelo influenciador Felca
Por
Cássia Fossaluza

Após vídeo de denúncia do influenciador Felca em seu canal do YouTube sobre adultização e pedofilia na internet, o assunto voltou a ser discutido em vários âmbitos da sociedade; o vídeo já teve mais de 50 milhões de visualizações e a prisão de pessoas envolvidas. A reportagem da TV TODODIA traz uma série de matérias com profissionais e defensores da causa para auxiliar e informar a sociedade com o foco nas crianças e adolescentes. 

Audiência Pública
A Câmara Municipal de Piracicaba realizou no dia 20 de maio, Audiência Pública que debateu e discutiu a Semana de Combate à Pedofilia e o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes; proposta do vereador Paulo Henrique (Republicanos) que institui pela lei 6.266/2008, a conscientização da população. 

O vereador está em seu sexto mandato, e desde 2008 atua tanto em propostas municipais como na esfera religiosa com o assunto da pedofilia, visando proteger crianças e adolescentes e, consequentemente, as famílias. “Já fizemos vários eventos como corrida, passeio ciclístico, entre outras atividades que visam fazer com que as pessoas entendam que algo está acontecendo. As pessoas não acreditam que é real e está acontecendo em nossa cara. É necessário entender que precisam da prevenção”, argumentou. 

Paulo também enfatiza que as crianças e adolescentes podem estar sendo molestadas, a princípio virtualmente, em seu quarto, sem o pai e a mãe saberem. Ele também ressalta o cuidado com os autistas; “muitas vezes eles sofrem em silêncio por não conseguirem se expressar”, completou.

Lei Felca
O vereador Gesiel Alves Maria, o Gesiel de Madureira (MDB) é autor de um projeto de lei 254/2025 que está em tramitação, que institui a “Lei Felca”, com medidas de prevenção, enfrentamento e conscientização sobre crimes de pedofilia e sobre a sexualização e adultização infantil. 

Dados alarmantes
No ano de 2024, segundo dados do Conselho Tutelar de Piracicaba apresentados na Audiência Pública, foram registradas 246 violações de direito referentes ao abuso sexual. O Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2025 traz o alarmante número de 3.410 casos de estupro no Estado de São Paulo, em 2024 e quando é feito o registro de estupro de vulnerável, o número é ainda maior, 11.169 – o maior número entre todos os Estados, seguido por Paraná com 6.043 casos. As tentativas de estupro também foram registradas no anuário, sendo 481 casos em São Paulo e Maranhão com 504 tentativas. 

Contabilizado na tabela do anuário como divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou pornografia, São Paulo mais uma vez traz números assustadores, com 1.879 casos, o segundo Estado é Rio de Janeiro com 771. 

O papel da escola
A coordenadora e neuro psicopedagoga, Fernanda Gabriela Winder Martins falou sobre o papel da Escola e da Família no combate à pedofilia e nas questões sobre adultização. “As escolas não falam tanto quanto se pensa sobre o assunto e os pais dão total responsabilidade para as escolas, precisa ser um trabalho conjunto entre Família e Escola. É importante ouvir as inquietações que essas crianças e adolescentes trazem”. 

Fernanda sugere que as escolas façam encontros que deem oportunidade ao diálogo, e que a conversa entre pais e filhos é fundamental. “A gente vive numa era de muito post e pouco olho no olho, muitas interações sociais na internet e pouca interação social no nosso convívio”, enfatizou. 

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