A Engep, responsável pelo aterramento dos resíduos sólidos de Americana desde 2018, apresentou a proposta de menor valor na licitação feita pela Prefeitura de Americana para contratar empresa para realizar o serviço a partir do final deste ano. A proposta, que segundo a Administração ainda não é a vencedora, foi de R$ 102 por tonelada de lixo, valor que é mais que o dobro do que ela recebe atualmente do município: R$ 45.
O contrato atual vence no final de dezembro e foi firmado com a Engep em dezembro de 2018 por um valor 45% menor que o que era pago no contrato anterior, feito com a Estre, de Paulínia.
Atualmente, a Engep recebe R$ 45 por tonelada de lixo que deposita no aterro. A cidade produz cerca de 250 toneladas por dia. No contrato anterior, com a Estre, a prefeitura pagava cerca de R$ 100 por tonelada.
A reportagem apurou que ao longo das últimas semanas, a Engep vinha sinalizando que não renovaria o contrato atual, de R$ 45, por conta do baixo valor. No início de novembro, a Prefeitura de Americana publicou edital abrindo licitação para contratar o serviço, prevendo contrato de 12 meses com valor estimado de R$ 8,4 milhões para o período.
A abertura dos envelopes com as propostas ocorreu ontem e apenas duas empresas apareceram: a própria Engep e mais uma concorrente, com sede na Grande São Paulo – o edital previa que o aterro contratado deveria estar a 25 quilômetros de distância da prefeitura, ou então a empresa teria de se responsabilizar pelo transbordo do lixo. O TODODIA apurou que a proposta feita por essa empresa estava na casa dos R$ 250 por tonelada.
De acordo com a Prefeitura de Americana, ontem houve apresentação de preços. “Ainda não há um vencedor do processo licitatório, pois a tramitação do processo ainda está em curso. Não é possível definir um vencedor”, trouxe a nota do Executivo.
QUESTIONAMENTO
O vereador Gualter Amado (Republicanos) publicou vídeo nas redes sociais criticando o que, segundo ele, seria o resultado da licitação. Ao TODODIA, ele disse que acompanhou a abertura dos envelopes com as propostas e que vê indícios de direcionamento da licitação.
“A Engep dizia que não ia renovar nesse valor, aí aparece só ela e uma empresa de Mauá, com um valor absurdo de R$ 250 por tonelada. Eu vou pedir uma cópia de todo o processo licitatório, vou analisar e fazer denúncia no MP e Tribunal de Contas, porque pra mim isso tem cara direcionamento da licitação”, disse.
Em nota, o Executivo reforçou que a licitação ainda está em andamento e que não iria “comentar especulação”.