sexta-feira, 22 novembro 2024

Americana: Praia Azul terá abrigo a morador de rua

O prédio onde funcionou por mais de quatro décadas o Motel San Remo, na Praia Azul, em Americana, vai ser o novo abrigo para acolhimento das pessoas em situação de rua. Desde o começo da pandemia, eles são acolhidos provisoriamente em dependências anexas ao templo da Igreja Presbiteriana, na região central de Americana. 

O prédio do motel, localizado a três quarteirões da orla, na Rua Acre, se tornou um estabelecimento muito concorrido nos anos 80, mas o negócio deixou de prosperar com a decadência da represa e do próprio bairro. 

A Praia Azul deixou de receber turistas e os próprios moradores se queixam, durante décadas, da prostituição descontrolada, da criminalidade e da falta de equipamentos públicos. 

O motel, enquanto negócio, passou a ser explorado como espaço para eventos empresariais, por exemplo, que passavam a acontecer no espaço da chácara anexo aos quartos. 

ANTIGO MOTEL | Prédio do San Remo está localizado a três quarteirões da orla
(Foto: Fotos: Ernesto Rodrigues | TodoDia Imagem)

A empresa buscava resistir à crise. Agora a gleba – que toma mais de meia quadra – está sendo adaptado para abrigar a população de rua. 

O serviço de acolhimento será administrado pela ONG (Organização Não-Governamental) Vinde à Luz, que já é parceira da prefeitura no abrigo montado na igreja. E a Administração, dentro da parceria firmada, vai arcar com os custos mensais de locação do imóvel, R$ 5 mil mensais. 

De acordo com o secretário de Ação Social e Desenvolvimento Humano, Aílton Gonçalves, a igreja cumpriu seu papel, colaborou com a assistência durante a pandemia, mas precisa das salas para a retomadas de atividades como as aulas dominicais, por exemplo. 

A abordagem das pessoas em situação de rua vai continuar sendo feita na região central pelas assistentes sociais da prefeitura, e a ONG vai se responsabilizar pelo transporte dos acolhidos até a Praia Azul. 

“A nossa proposta é mantê-los acolhidos ao até o fim da pandemia. Até lá, vamos trabalhar pela reintegração social dos assistidos, para que eles deixem as ruas e mudem de vida”, afirma o secretário. 

IGREJA REALIZOU O SERVIÇO  

Desde abril as pessoas em situação de rua foram acolhidas nas dependências anexas à Igreja Presbiteriana. A ação, idealizada no próprio templo, decorreu de uma parceria com o governo municipal e voluntários. Se buscava garantir abrigo digno e assistência a um grupo de pessoas que, vivendo na sarjeta, são mais expostas ao coronavírus. 

A igreja, desde o ano anterior, alimentava e disponibilizava chuveiros para mendicantes e pedintes que se espalhavam pela região central. Os acolhidos passaram a contar camas, lençóis limpos e acessórios individuais (como máscaras). 

As repartições escolhidas como abrigo estavam vazias, já que as atividades dominicais da igreja (como as aulas de evangelização), foram suspensas por conta da pandemia. Salas, vestiários e refeitório, espalhados por três pisos do imóvel, foram disponibilizados para o acolhimento dos moradores de rua. 

Havia a capacidade para acomodação de 80 pessoas, diariamente no local. 

O programa assistencial segue da mesma forma. A abordagem, em si, segue sendo a etapa mais complicada, já que há usuários de droga e álcool, por exemplo, que se recusam a ocupar abrigos porque devem se submeter a regras. 

JABIS IPÓLITO | Graças a doações, nunca faltou nada

O reverendo presbiteriano Jabis Ipólito de Campos Junior, um dos idealizadores do serviço no templo, disse que nunca faltou nada com as doações chegando diariamente para o atendimento. 

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