O número de casos de infecções por HIV em Americana neste ano cresceu 7,7%, quando comparado com o mesmo período do ano passado. Já o número de pacientes infectados cujo quadro evoluiu para Aids é 28% maior. Os dados são da coordenadora do Serviço de Assistência Especializada (SAE) da Secretaria Municipal de Saúde, Mariah Assalone.
De acordo com Mariah, em 2024 foram registrados 56 casos positivos para HIV no município, dos quais 32 evoluíram para Aids. Já em 2023, foram 52 casos de HIV, sendo 25 positivos para a síndrome. A coordenadora explica que, ao todo, o Serviço de Assistência acompanha 1.095 pacientes.
O HIV evolui para Aids quando o vírus se multiplica e destrói os linfócitos T-CD4+, incapacitando o sistema imunológico do paciente. A Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) é o estágio mais avançado da infecção pelo HIV.
“Quando realizamos os testes e o paciente é ‘positivado’, damos início a um acompanhamento”, comenta a coordenadora.
Como forma de contingência e prevenção do aumento do número de casos no município, o SAE oferece entre os dias 7 e 14 de dezembro, entre 8h e 13h, testes rápidos e gratuitos para HIV, sífilis e hepatites B e C, na sede do órgão.
A ação faz parte da campanha estadual “Fique Sabendo”, que visa a prevenção às ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis) e é uma homenagem ao Dia Mundial de Luta contra a AIDS.
Antiretrovirais de prevenção são oferecidos gratuitamente
Por meio do SUS (Sistema Único de Saúde), Americana oferece os medicamentos antirretrovirais PrEP e PEP. A medicação não substitui o uso da camisinha, mas podem ser utilizada como medida de contingência em caso de exposição ao vírus.
“O PrEP deve ser tomado diariamente, antes de uma possível exposição ao HIV. O medicamento é indicado para pessoas com maior risco de contrair o vírus, como profissionais do sexo, pessoas trans, homens gays e bissexuais, além de pessoas que se relacionam com alguém que vive com HIV”, explica.
No mundo, Aids recua
Relatório publicado na última semana pela Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids), mostra que, em 2023, foi registrado o menor número de infecções desde a década de 1980, quando começou a epidemia de HIV/Aids.
De acordo com o relatório, no ano passado 630 mil pessoas morreram por doenças decorrentes da Aids e 1,3 milhão de pessoas em todo o mundo testaram positivo para o HIV. No Brasil, foi registrado um aumento no número de casos entre 2020 e 2022; nesse período, a infecção pelo HIV aumentou 17,2%.
Segundo o Ministério da Saúde, as regiões Norte (35,2%) e Nordeste (22,9%) destacam-se pelo aumento significativo. Em relação aos estados brasileiros, o crescimento variou de 109% no Amapá a 3% no Rio Grande do Sul. Entretanto, foram registradas reduções de 3,5% em Rondônia e 1,1% no Distrito Federal.