Medida tenta coibir moradores que querem “escolher” o imunizante, segundo a Vigilância Epidemiológica
Desde a última quinta-feira (1º), a Vigilância Epidemiológica da Prefeitura de Americana passou a adotar medidas para coibir moradores que querem “escolher” a marca da vacina contra a Covid-19 que irão receber.
De acordo com a prefeitura, no caso de o munícipe recusar a vacina da marca oferecida, terá de assinar um “termo de responsabilidade”, assumindo a desistência da aplicação da imunização.
Segundo a Secretaria de Saúde, a medida não é “punitiva” e, após a recusa, a pessoa não será colocada no fim da fila, como ocorre em outras prefeituras. Nesse caso, a pessoa não terá uma nova previsão de quando será imunizado e “passa a aguardar momento oportuno referente à sua faixa etária e grupo populacional ao qual pertence, o que também não garante a ele a disponibilidade futura do imunizante preferido”, explicou a Secretaria de Saúde em nota.
A pasta afirma que casos como esses ocorrem com certa frequência, mas não divulgou nenhum balanço oficial.
Todas as vacinas utilizadas no Brasil possuem eficácia e são aprovadas previamente pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
A reportagem questionou as demais prefeituras da região, em Santa Bárbara d’Oeste, Sumaré, Hortolândia e Nova Odessa, sobre medidas mais rígidas para quem quer escolher a marca da vacina contra a Covid-19, conforme foi feito por Americana.
Em nota, a administração municipal de Santa Bárbara disse que “não trabalha com termo de recusa”.
“Caso o cidadão não queira se vacinar, ele é orientado que poderá tomar a vacina em outro momento, caso exista doses disponíveis para o seu público-alvo, porém sem possibilidade de escolha do tipo do imunizante a ser aplicado”, concluiu o comunicado.
A Secretaria de Saúde de Sumaré informou que não houve registro de casos de escolha ou recusa da vacina. “Ao chegar ao local onde acontece a imunização (são sete endereços descentralizados para vacinação de segunda a sexta-feira, entre 9h e 16h), o morador já tem a informação de quais vacinas estão sendo oferecidas. Caso desista, a pessoa acaba nem chegando ao atendimento”, afirmou a pasta.
A Prefeitura de Nova Odessa afirmou que a Secretaria de Saúde da cidade “ainda não decidiu nada neste sentido”. Na Câmara, no entanto, o vereador Levi Tosta (DEM), o Levi da Farmácia, protocolou um requerimento pedindo à prefeitura que adote ação semelhante ao que foi feito em outras cidades, que estão deixando no fim da fila aqueles que tentam “escolher” a marca do imunizante.
“Está sendo amplamente divulgado que todas as vacinas são eficazes e não há o menor sentindo em querer escolher vacina. Todos devem tomar os imunizantes de acordo com a disponibilidade de cada região”, afirmou o vereador.
A prefeitura de Hortolândia não respondeu ao contato da reportagem.