terça-feira, 30 abril 2024

Em Americana, 25% dos casos gripais são de Covid

Maio registrou total de 3,3 mil casos de síndromes gripais

falta de vacina | Especialista atribui alta nos casos à negligência em vacinação (Foto: Divulgação)

Vinte e cinco por cento entre 3,3 mil pacientes que apresentaram sintomas de síndromes gripais nas unidades de saúde de Americana tiveram confirmação do contágio pelo novo coronavírus.

Segundo dados da Prefeitura, o mês de maio apresentou um aumento de quase 200% de casos confirmados em comparação a abril. Especialista associou a alta do contágio pelo vírus da Covid-19 a fatores como a flexibilização do uso de máscaras, queda das temperaturas e baixa adesão à terceira dose da vacina.

Em maio, mais de 3,3 mil pessoas apresentaram sintomas de síndromes gripais e, deste número, 850 casos de Covid-19 foram confirmados, de acordo com dados da Secretaria de Saúde. O mês apresentou um aumento de casos confirmados em comparação ao mês anterior (abril), que registrou 1,4 mil casos de síndromes gripais e 288 confirmações de Covid-19. Ou seja, 19% das pessoas que apresentaram sintomas de gripe em abril estavam contaminadas pelo coronavírus.

A alta dos sintomas de gripe e das confirmações de Covid-19 é explicada pela infectologista Raquel Stucchi, professora da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). A especialista comenta que a flexibilização do uso de máscaras está associada ao aumento dos casos. Além deste fator, condições como a queda das temperaturas neste outono e a concentração de pessoas em ambientes fechados e próximas umas das outras são apontadas como motivos para o aumento das contaminações.

“Chegamos no outono atípico com os dias ainda mais frios, as pessoas mais agrupadas, festas e shows acontecendo para tirar o atraso dos últimos dois anos, as pessoas sem usar máscaras e as novas variantes entre nós, então eu acho que tudo isso, e a baixa adesão à vacinação (com a terceira e quarta dose) explica e justifica muito bem esse aumento do número de casos entre nós”, disse a infectologista.

Nos últimos dias, a região de Campinas chegou a registrar ocupação de 47,6% em leitos de enfermaria e 50,7% em leitos de UTI. De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado, essas taxas podem variar no decorrer do dia em virtude de fatores como altas, óbitos ou transferências.

Raquel Stucchi indica maneiras de reduzir a contaminação pelo coronavírus: voltar o uso obrigatório de máscara nos locais fechados e realizar campanhas para explicar a importância da aplicação das doses de reforço. “É necessário reforçar que as vacinas disponíveis continuam eficazes contra a variante ômicron e suas subvariantes, mas precisamos de uma quantidade maior de anticorpos, e essa quantidade maior a gente consegue com essas doses adicionais”, disse. A terceira, quarta e quinta dose aumentam a quantidade das células de proteção e diminuem os riscos de formas graves da doença com necessidade de internação.

A Prefeitura de Americana já aplica a quinta dose da vacina contra a Covid-19, ou o terceiro reforço, em imunossuprimidos graves acima de 50 anos ou mais. A vacina está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e não é necessário realizar o agendamento. Podem receber a quinta dose as pessoas que receberam a quarta dose há pelo menos quatro meses, ou 122 dias. 

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