Sábado e domingo são os dias em que há mais agressões contra mulheres em Americana
Os casos de violência contra mulher registrados em Americana ocorrem com maior frequência nos bairros Parque da Liberdade, Antonio Zanaga e Cidade Jardim, aponta levantamento da Idsma (Inspetoria de Defesa da Mulher e Ações Sociais) da Gama (Guarda Municipal de Americana). Os dados foram compilados de janeiro a agosto.
No Parque da Liberdade, foram registradas 29 ocorrências. O bairro Antonio Zanaga teve 28 casos de violência doméstica e foram atendidas 22 mulheres no bairro Cidade Jardim. Jardim dos Lírios, Balneário Riviera e Morada do Sol também integram o ranking dos locais com maior índice de violência, com 20 ocorrências nos dois primeiros e 18 no último.
Os dias da semana em que ocorrem mais violência, seja física ou psicológica, são aos finais de semana: domingo com 22% (111 casos) e sábado com 21% (102 casos). Em 35% das ocorrências, ou seja, em 217 atendimentos, os agressores estavam sob efeito de drogas ou álcool.
A maioria das vítimas (75%) possui entre 21 e 50 anos. Esse levantamento faz parte de uma ação integrada entre a Polícia Civil, Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos de Americana e Gama.
“Essas ocorrências são de pessoas que se encorajaram e denunciaram. Nós precisamos mostrar que elas estão certas porque têm muitas que não procuram o Poder Público. Precisamos fortalecer essa decisão delas e também, no segundo plano, trabalhar em cima dos agressores. A secretária entra com força e sabendo onde vai direcionar as ações. Com base nessas informações entra todo o programa ‘Americana Por Elas’ que já é estruturado e agora vai traçar os trabalhos pontuais”, disse o delegado José Donizete de Mello, responsável pela DDM (Delegacia de Defesa da Mulher).
A secretária de Assistência Social Juliani Hellen Munhoz Fernandes explicou que com os dados em mãos a secretaria municipal vai alinhar as ações em prol da defesa das mulheres.
“O delegado Dr. Donizete nos ajuda bastante no trabalho em defesa da mulher. Tivemos várias reuniões e vamos dar sequência ao trabalho através do programa ‘Americana Por Elas’, auxiliando no combate à violência contra a mulher. Com esse estudo dos bairros, locais, dias da semana, vamos conseguir impactar ações dentro do programa e trazer ações específicas. Com esse diagnóstico em mãos, vamos chegar até essas mulheres que sofrem violência doméstica. Os traumas são gigantes e fazemos o acolhimento dos casos mais graves”, disse.
“Nós diagnosticamos o perfil da violência contra a mulher em 2022. Foram nove meses para ter o perfil dos agressores das vítimas. Os dias que mais ocorrem e as motivações. O envolvimento de drogas. O quanto esses casos são reincidentes. Os bairros com maiores reincidências. “, explicou o delegado.
A Gama explicou que a equipe do Idmas realiza visitas semanalmente às vítimas de violência e faz o acompanhamento para saber se os agressores estão cumprindo as medidas protetivas. “Toda vítima de violência pode ligar para a Gama através do número 153, onde todos os guardas estão preparados para esse atendimento”, disse o inspetor Wendeo.