O animal foi encontrado magro e com larvas pelo corpo
A morte do leão Nagan, no dia 31 de dezembro de 2022, em Americana, é suspeita de maus tratos e negligência.
O caso chegou à Justiça através de Mirella Cecchini, consultora e ativista que havia se mudado para uma residência vizinha ao parque ecológico. A moradora se assustou com a quantidade de rugidos e resolveu procurar o estabelecimento.
Através do relato de Mirella, uma veterinária do parque afirmou que estava tudo bem com o animal. A ativista contou ter procurado a prefeitura e funcionários que pediram para que ela não se preocupasse.
Entretanto, o leão veio a falecer pouco tempo antes da virada do ano. No dia da morte do animal, a Prefeitura de Americana havia divulgado uma nota relatando que Nagan havia morrido de velhice.
O atual prefeito Chico Sardelli (PV) foi procurado recentemente, e afirmou que só irá se pronunciar após a divulgação do laudo oficial da necropsia, que deve acontecer em 40 dias.
A necropsia causou grande revolta e houve disputa. Priscilla Sarti, veterinária, juntamente à Associação Protetora dos Animais de Americana e Mirella, iniciaram uma ação, pedindo que a necropsia do leão não fosse realizada por técnicos da prefeitura.
No dia 10 de janeiro, a necropsia foi realizada no hospital veterinário da Faculdade de Americana (FAM), que possui parceria com a gestão. De acordo com pessoas que acompanharam o caso, a prefeitura insistiu para que realizassem a necropsia na faculdade.
A veterinária afirma que, quando entrou na sala, o corpo de Nagan já havia passado por procedimentos: a cabeça e duas pernas haviam sido removidas antes mesmo da necropsia.
Outros veterinários que estavam no local disseram que o leão estava debilitado, infestado de larvas, desnutrido e com alguns tumores.
Segundo o diretor técnico do hospital veterinário da FAM, Jorge Salomão, o corpo foi modificado por funcionários da prefeitura.
De acordo com informações, o Ministério Público foi acionado e vai iniciar as investigações.