sexta-feira, 26 julho 2024

Projeto cria clube de literatura para detentos em Americana

Taxa de ressocialização é de 70% no sistema prisional; com práticas educacionais este índice sobe para 86%

Atualmente, o clube está fazendo a análise da obra Crime e Castigo (Foto: Divulgação)

Com a intenção de compartilhar seus conhecimentos e amor pela literatura, o engenheiro ambiental Bruno Ferraz, 38, criou o “clube de literatura” no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Americana. “Sou engenheiro ambiental, mas estudo há dez anos literatura, filosofia e psicanálise. E eu precisava transbordar tudo isso e acabou transbordando desse jeito”, diz Ferraz.

O grupo conta com a participação de 15 detentos e funciona através de aulas introdutórias sobre a obra e produção de resenha, que acontecem semanalmente. A metodologia trabalhada por Bruno tem o suporte de profissionais da área, como filósofos, psicanalista e a professora de letras da USP (Universidade de São Paulo), Elena Vássina.

Atualmente, o clube está fazendo a análise da obra Crime e Castigo. Mas com apenas um mês de projeto outros clássicos da literatura brasileira e estrangeira já foram estudados e discutidos pelo idealizador e os detentos.

Além de ajudar didaticamente, a iniciativa auxilia na remissão penal dos participantes. As resenhas produzidas pelos detentos são apresentadas ao juiz para a redução da pena. “Essa remissão é quatro dias por obra e no máximo 12 livros por ano. Eles podem ter 48 dias de remissão da pena por ano”, explica o engenheiro.

Ele ainda destacou a importância da literatura a esse público ao apontar que a taxa de ressocialização é de 70% no sistema prisional e que com práticas educacionais, este índice aumenta para 86%. 

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