quarta-feira, 14 maio 2025

Represa de Salto Grande sofre com fósforo, diz Cetesb

Especialista cobra realização de tratamento terciário em comissão que debate a represa na Agemcamp  

Represa | Encontro na sede da Agemcamp reuniu promotores do Gaema, especialistas e demais autoridades (Foto: DIvulgação)

Durante encontro da Câmara Temática de Salto Grande realizado ontem na sede da Agemcamp (Agência Metropolitana de Campinas), Fábio Moreno, da Divisão de Qualidade das Águas e do Solo da Cetesb (Companhia de Tecnologia em Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo) apresentou relatório sobre a carga de fósforo no Rio Atibaia, que forma a Represa de Salto Grande, em Americana, e destacou que o principal problema na represa é a invasão de fósforo.

Ele apontou que as ETEs (Estações de Tratamento de Esgoto) não fazem o tratamento adequado.

“O grande problema hoje na represa é a entrada de fósforo, que não é retido de maneira eficiente nas ETEs (estações de tratamento de esgoto) e hoje fica na casa dos 40%. Por isso, a importância do tratamento terciário, para elevar essa margem para 80% ou 90%, minimizando a sua presença na água”, disse o especialista.

Ainda segundo Moreno, a represa também sofre com “fontes pontuais” de poluição, que estão associadas aos lançamentos de esgoto doméstico e industrial. “O fósforo é um componente da matéria orgânica, de caráter conservativo, ou seja, não é biodegradável, e que aparece em águas naturais devido, principalmente, as descargas de esgoto”, completou.

A Agemcamp promoveu a reunião para debater o despejo de efluentes na represa. O encontro foi comandado pelo diretor-executivo da autarquia estadual, Benjamim Bill Vieira de Souza, e contou com a presença dos promotores Ivan Carneiro Castanheiro e Rodrigo Sanches Garcia, do Gaema (Grupo de Atuação de Defesa do Meio Ambiente), além de técnicos das prefeituras da RMC (Região Metropolitana de Campinas), do prefeito de Bom Jesus dos Perdões, Benedito Rodrigues da Silva Filho, e do vereador Gualter Amado, da Câmara de Americana.

PDUI

Diretor-executivo da Agemcamp, Bill falou sobre as propostas que envolvem a Represa de Salto Grande e que foram apresentadas dentro do PDUI (Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado), como a universalização do tratamento de esgoto em nível secundário e redução das cargas pontuais com a implantação de sistemas em nível terciário, bem como controle da ocupação, com a requalificação urbana e a preservação da vegetação ribeirinha, entre outros pontos. “Hoje, a represa sofre muito com o processo de eutrofização da água, que é o aumento de nutrientes, principalmente o fósforo, que provoca na expansão dos aguapés, além do acúmulo de sedimentos por conta do lançamento de esgoto urbano e industrial”, explicou Bill.

“A remoção de fósforo ou nitrogênio não dependem do volume (…) o que temos é que ter é o tratamento terciário, e o terciário no Brasil ainda é muito pouco utilizado porque ele promove a remoção de micronutrientes (…) e que são os grandes problemas para eutrofização de ambientes como lagos, represas, a gente sabe que isso acontece em função dos lançamentos todos”, destacou o diretor do DAE, Carlos Gimenez Zappia. 

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