quinta-feira, 26 dezembro 2024

Vereadora Professora Juliana sofre ataques e Câmara de Americana emite nota de repúdio contra violência política

A parlamentar foi chamada de “próxima Marielle” em rede social e registrou boletim de ocorrência 

A Câmara Municipal de Americana se posicionou em nota, contra-ataques sofridos pela vereadora Professora Juliana (PT), que foi chamada de “próxima Marielle” em uma rede social. De acordo com o Legislativo, os comentários configuram violência política de gênero e devem ser combatidos. O posicionamento foi emitido nesta quinta-feira (16).

Segundo informações, a ação acontece dois dias após Juliana ter exposto os casos de ataques durante sessão ordinária. A vereadora também relatou a violência sofrida, através de ofícios, à Comissão de Direitos Humanos e Cidadania e também à Procuradoria Especial da Mulher.
“Se a política não for um lugar seguro para nós, mulheres parlamentares, nenhuma mulher estará de fato segura em lugar nenhum”, afirmou a parlamentar em documento. 

Um dia antes, ela também emitiu um boletim de ocorrência na DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) por ameaça e incitação à violência.

Os acusados são o homem que a chamou de “próxima Marielle”, em referência à vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018 por ex-militares do Rio de Janeiro, e uma mulher, que gravou um vídeo, em tom de ameaça, onde deixa implícito que existia um risco para a vereadora, de acordo com o registro policial. 

Em texto, a Câmara se solidarizou e reafirmou o compromisso de lutar pelo fortalecimento das políticas públicas para mulheres, além do combate à violência política de gênero.

“A parlamentar, eleita democraticamente com 1.131 votos, é a primeira mulher vereadora do Partido dos Trabalhadores a ocupar uma cadeira no Legislativo de Americana. Não podemos permitir nenhum tipo de ameaça contra qualquer parlamentar, vereadores e vereadoras, ou mulheres que ocupam cargo público na cidade de Americana […] A Câmara Municipal de Americana se solidariza com a vereadora Professora Juliana e reafirma o compromisso de lutar pelo fortalecimento das políticas públicas para as mulheres e combate e enfrentamento à violência política de gênero”, declarou o Legislativo.
Professora Juliana foi vítima de diversos ataques nos últimos tempos, como foi o caso do vereador de Santa Bárbara d’Oeste, Felipe Corá (Patriota), que publicou um vídeo, em 2021, onde disse para ela lavar a boca com ácido sulfúrico antes de falar do então, presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Violência política de gênero

A violência política contra a mulher passou a ser considerada crime em agosto do ano passado, quando foi sancionada a Lei 14.192. Até agora, somente o MPF (Ministério Público Federal) contabilizou, até novembro de 2022, 112 casos relacionados ao tema. 

No Brasil, a cada 30 dias, ocorreram sete casos envolvendo comportamentos para humilhar, constranger, ameaçar ou prejudicar uma candidata ou mandatária em razão do gênero.

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